Covid: ela não voltou – na verdade, nunca foi embora

Nos últimos dias, a imprensa tem noticiado o crescimento da média móvel de mortes por Covid, que superou as 500 mortes diárias – no último dia 29, foram 695 óbitos.
O número de casos registrados, evidentemente, aumentou: hoje, são mais de 25 milhões e 200 mil casos e, no total, 626.643 óbitos. Essa média é a maior desde 30 de setembro de 2021, quando se registraram 540 óbitos diários.
O dado assustador é que, comparativamente a 14 dias atrás, a variação foi de mais 243%, indicando tendência de alta nos óbitos.
Mas a Covid não havia acabado no final do ano? parecia que sim, mas, segundo especialistas, ela nunca foi embora – traiçoeiramente, apenas mudou sua roupagem e transmutou-se em variante ômicron, que está causando uma quantidade de novos casos nunca vista, desde o início da pandemia.
A ÔMICRON: MUITO MAIS PERIGOSA DO QUE PARECE
A nova variante, avassaladora desde a sua origem, foi classificada pela OMS – Organização Mundial da Saúde como “variante de preocupação”,
É que os estudiosos se alarmaram com a quantidade e variedade de mutações que o ômicron apresenta, sendo a mais transmissível de todas as variantes: na primeira semana de janeiro, registraram-se mais de 15 milhões de casos em todo o mundo, um recorde até agora. Antes do ômicron, o número mais elevado foi de 5 milhões de infecções numa semana, em abril de 2021.
Um alívio, ainda que temporário, se deu quando a variante apresentou quadros mais leves e menor taxas de hospitalização e mortes, especialmente entre os vacinados com três doses. E logo veio a constatação que, mesmo com menor agravamento, a gigantesca quantidade de infectados pode resultar em uma sobrecarga do sistema de saúde, com lotação de leitos e falta de insumos e profissionais de saúde.
ONDE MORA O PERIGO: A ALTA TRANSMISSIBILIDADE
O que torna a ômicron perigosa é a sua altíssima taxa de transmissibilidade – duas a três vezes maior que a variante delta, segundo estudos da Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido. E a delta era mais poderosa em alastramento do que o vírus original detectado em 2019 em Wuhan, na China.
A alta transmissibilidade resulta no enorme aumento de casos verificados entre o final de 2021 e início deste ano. Nos Estados Unidos, foi detectado o primeiro paciente no início de dezembro de 2021. Em pouco mais de 20 dias, a ômicron já se fazia presente em 58% das amostras analisadas.
No Brasil, segundo levantamento do Instituto Todos Pela Saúde, 3,2 mil amostras colhidas de pacientes com Covid entre 2 a 8 de janeiro revelou que 98,7% delas trazia a ômicron.
Isso tudo porque a ômicron, comparativamente às outras variantes, se replica com muita rapidez nas células do nariz e consegue utilizar outros caminhos para invadir o organismo. Essa preferência por nariz e garganta já facilita a transmissão: basta o indivíduo respirar, tossir, espirrar, falar ou cantar para liberar uma quantidade considerável de vírus no ambiente, infectando as pessoas ao redor.
O atual surto deve-se também às festas de final de ano; as aglomerações criaram inúmeras cadeias de transmissão mundo afora.
Segundo o virologista Paulo Eduardo Brandão, professor da Faculdade de Medicina e Zootecnia da USP, os anticorpos que funcionavam com as outras variantes não funcionam para a ômicron. Assim, de acordo com o virologista, a ômicron consegue tomar o lugar das que vieram antes, inclusive entre indivíduos já vacinados ou que já foram infectados no passado. Isso aumentou as reinfecções nas últimas semanas.
O BOM COMBATE: AS VACINAS
O Imperial College of London estimou que a efetividade da vacina da AstraZeneca despenca para 0 a 20% contra a ômicron, para quem tomou as duas doses. Mas, após uma terceira dose, a proteção sobe consideravelmente, elevando a proteção para 55% a 80% nas mesmas pessoas.
Além disso, segundo análise da Universidade de Cambridge, o indivíduo infectado com a ômicron tem risco de hospitalização 81% menor se ele tiver tomado as três doses recomendadas de vacina. Ou seja, a dose adicional de vacina em todos os adultos é indispensável para não se correr riscos.
Nos EUA, pessoas não vacinadas têm um risco 17 vezes maior de hospitalização e um risco 20 vezes maior de morrer por Covid em comparação a quem foi vacinado; desta forma, quem tomou as três doses irão se infectar com a ômicron, mas as formas graves da doença se mostrarão menos frequentes.
Ou seja, as vacinas estão funcionando. E, segundo especialistas, o objetivo delas nunca foi barrar os quadros leves de infecção, mas proteger contra a morte.
SEM FIM, MAS COM ATENUAÇÃO
Especialistas chegaram à conclusão que a variante não é o fim da pandemia, até porque é necessário considerar-se os casos de covid longa, com sequelas variadas e pouco conhecidas e que afetam entre 10 e 30% de todos os infectados.
Os virologistas explicam que o Sars-CoV-2 (o causador da covid) parece seguir, agora, o caminho da atenuação, como ocorre há décadas outros tipos de coronavírus, que causavam quadros graves e hoje provocam resfriados comuns.
O caminho, por enquanto, é continuar os métodos preventivos (usar máscaras, manter o distanciamento social, fugir de aglomerações) e vacinar toda a população com duas ou três doses, incluindo as crianças de 5 a 11 anos.
A COVID EM COTIA
Por onde passou, a covid deixou um rastro de destruição, lares arruinados, órfãos, viúvos e viúvas, famílias sem pai e/ou mãe, trouxe miséria e sofrimento para o doente e para os familiares.
Hoje resta uma pequena esperança, com as notícias de que a covid poderá se atenuar aos poucos. Mas os cuidados não são indispensáveis: pelo contrário, quanto mais pessoas vacinadas, aí sim – e somente daí – poderá ocorrer a famosa “imunidade de rebanho”, em que cessa o contágio.
Até lá, muita vacina, muita prevenção e muito trabalho para as autoridades sanitárias de cada município.
De acordo com levantamento na Secretaria de Saúde de Cotia, o número de pessoas sem vacinação ou que não completaram ainda o ciclo com todas as doses é elevado e contribui bastante para a disseminação do vírus
ANVISA APROVA AUTOTESTE
Comercialização não será imediata; dependerá de atendimento de requisitos pelas empresas que pedirem o registro
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou, no último dia 28 de janeiro, o uso e a comercialização no Brasil de autotestes para detecção de Covid-19.
Com a aprovação, será publicada uma resolução listando os requisitos necessários para que as empresas interessadas em vender os autotestes em farmácia peçam o registro dos produtos.
Para chegar às farmácias, cada produto, de cada fabricante ou importador, deverá ser aprovado individualmente pela ANVISA, após análise da documentação respectiva. Três requisitos serão indispensáveis: os produtos deverão trazer informações com linguagem clara e precisa, orientando o público leigo como colher o material biológico e fazer o exame; os testes deverão ter sensibilidade de 80% ou mais ao coronavírus e deverão ter especificidade de 97%, no mínimo, na detecção do vírus.
Os fabricantes deverão ainda disponibilizar plataforma para registro dos casos positivos, através da tecnologia QR Code.
O ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, já informou que os autotestes não devem ser disponibilizados pelo SUS – Sistema Único de Saúde, devendo ser disponibilizados em farmácias.
Os testes têm sido utilizados em grande escala no controle da pandemia na Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e outros países.
Ainda segundo a ANVISA, entre 17 e 23 de janeiro deste ano foram feitos 740,7 mil testes em farmácias e drogarias, sendo que 43,14% resultaram positivos. Os dados são da ABRAFARMA – Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias.
Quanto aos preços dos autotestes, a ANVISA recomendou que sejam acessíveis ao maior número de pessoas, com preços menores do que os testes utilizados atualmente, já que dispensam o fornecimento do serviço de coleta do material.
Autor da Publicação
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