9 DE JULHO, É DIA DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA; MIS PROMOVE EXPOSIÇÃO GRATUITA

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O Dia da Revolução Constitucionalista é comemorado anualmente em 9 de julho e também conhecido por Dia da Revolução e do Soldado Constitucionalista Data é uma homenagem ao movimento contra ditadura de Getúlio Vargas, realizado em 1932 pelos paulistas. O Museu da Imagem e do Som promove exposição sobre o evento.

Os paulistas, desde os tempos coloniais, sempre foram tidos como um povo duro, independente e que não se sujeita a domínio obtido de forma ilegal. Foi assim como a Revolução Constitucionalista de 1932, cujos 90 anos se comemoram neste sábado, 9 de julho (a data foi consagrada ao Soldado Constitucionalista pelo governador Mario Covas, em 1997).

Foi também a rebeldia dos paulistas que deu início à revolução. O motivo: Getulio Vargas havia tomado o poder, com a Revolução de 1930, com o apoio dos paulistas, além de outros estados. Mas o tempo passava e o ditador não convocava eleições para a nova Assembleia Constituinte.

Sentindo-se traídos, representantes do Exército, estacionados em São Paulo, e políticos paulistas, resolveram se rebelar.

Houve verdadeira comoção e todos os paulistas, homens e mulheres, foram convocados para a “Guerra Paulista”, como também foi chamado o episódio, que foi o mais importante movimento ocorrido em São Paulo e o último grande combate armado do Brasil.

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO DE 32

Com a tomada de governo, Getúlio Vargas governava sem a Câmara de Deputados ou outro órgão de origem democrática. Isso preocupava seus aliados que exigiam a convocação de eleições para presidente e para deputados.

O grande estopim que inflamou o sentimento de revolta da população de São Paulo foi o assassinato de quatro estudantes paulistas por policiais, em um conflito no dia 23 de maio, data que também entrou para a história do estado.

As iniciais dos nomes dos jovens – M.M.D.C. – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – tornaram-se o símbolo da revolução e batizou o movimento. 

A exigência por uma nova Constituição era prioridade para a sociedade burguesa de São Paulo, que iniciou a revolução oficialmente no dia 9 de julho de 1932, combatendo contra o governo nacional durante três meses. O combate chegou ao fim em 2 de outubro de 1932, com a rendição dos paulistas.

Também em homenagem aos jovens estudantes que foram assassinados em defesa do movimento constitucionalista, o dia 23 de maio é reconhecido como o Dia da Juventude Constitucionalista.

Na capital paulista, o obelisco do Ibirapuera é um marco construído para simbolizar a dor da perda da vida dos estudantes.

LEMBRANÇA ATRAVÉS DE EXPOSIÇÃO

No sábado, 9 de julho, o Museu de Imagem e do Som de São Paulo inaugurará exposição gratuita sobre os 90 anos da Revolução Constitucionalista de 1932.

O evento dividirá o 2º andar do MIS com a exposição “Cem anos modernos”. De acordo com a curadoria, o espaço é “um grande ambiente instagramável, lúdico e divertido”.

Com peças e cenários recriados a partir de pesquisas, “1932: Revolução, Constituição e Cidadania – a força de um ideal” visa oferecer aos visitantes uma experiência imersiva, na qual se sintam transportados para a época dos conflitos.

Textos, fotografias e itens originais também serão utilizados para expor os panoramas nacional e mundial do início da década de 30, assim como os questionamentos que levaram à revolução e os desdobramentos históricos, tecnológicos e políticos do movimento Constitucionalista.

Cartaz convocando o povo à luta

O “fantasma da morte” – trem blindado e camuflado usado pelos combatentes

Poster da Revolução Constitucionalista de 1932 — Foto: Divulgação/MIS

Dentre os temas que serão abordados estão: a morte dos quatro estudantes que se tornaram mártires da revolução, popularmente conhecidos como “MMDC”, por suas iniciais – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo –, a Política do Café com Leite, a modernização das indústrias paulistas, a influência dos meios de comunicação no conflito e como eram as trincheiras e materiais bélicos utilizados.

Os visitantes poderão contar ainda com um mapa interativo para conhecer os locais onde ocorreram conflitos e visualizar as movimentações das tropas envolvidas. Ao todo, estima-se que mais de 100 mil combatentes participaram da Revolução de 32, que chegou ao fim em 4 de outubro, com a rendição dos constitucionalistas de São Paulo.

Para o diretor-geral do MIS, Marcos Mendonça, apesar de ter sido derrotados nas armas, os paulistas foram vitoriosos em seus ideais, uma vez que, no ano seguinte, o país teve eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, uma das exigências do movimento revolucionário.

Serviço

1932: Revolução, Constituição e Cidadania – a força de um ideal

  • Local: espaço expositivo 2º andar – MIS – Av. Europa, 158 – Jardim Europa;
  • Data: de 9/7 a 11/9;
  • Horário: de terça a domingo, das 11h às 19h. Inauguração no dia 9/7 às 15h;
  • Entrada: gratuita. Ingressos devem ser reservados no site mis-sp.byinti.com