NOVA RAPOSO: PEDÁGIOS VIRÃO A PARTIR DE 2033
Se tudo ocorrer dentro do cronograma, os pedágios previstos na concessão da Nova Raposo serão instalados em 2033. Contrato está previsto para ser assinado em abril de 2025. Leia aqui outras novidades introduzidas pelo Governo.
Lançado pelo Governo do Estado no dia 12 de julho e com um cronograma já pré-definido (leia em PULICADO EDITAL DE LICITAÇÃO DA NOVA RAPOSO – Cotia Todo Dia), a concessão do trecho da Nova Raposo prevê os trechos mais próximos da entrada na Capital e uma ligação para as Cotia e Embu.
A concessão valerá por 30 anos, com investimentos estimados em mais de 7 bilhões de reais – mas desde que a ideia foi lançada, em fevereiro deste ano, as polêmicas foram muitas, desde o km. 34 (entrada de Cotia) até o início da rodovia, ainda na Capital.
E o motivo é simples: associações de moradores, comerciantes, industriais declararam-se insatisfeitos com o projeto, por entende-lo mal definido e pela grave perturbação que as obras trariam às vizinhanças.
Para contornar essas queixas, a ARTESP fez mudanças no projeto, alterações que os moradores classificam como cortina de fumaça, segundo a Folha de S. Paulo de ontem, 18, porque a proposta continua criando mais pistas para dar fluxo ao trânsito.
O projeto prevê pistas marginais contínuas entre S. Paulo e Cotia, ao longo de 20 quilômetros , passando por zonas residenciais, estabelecimentos comerciais e áreas de proteção ambiental. Uma das áreas que seria cortada por um trecho da nova marginal é o parque Previdência, que possui vegetação protegida pela legislação municipal nos seus mais de 90 mil metros quadrados.
Para o Parque, o governo afirma que construirá um viaduto por sobre a área verde e a ideia poderá ser repetida em outros pontos, além de desvios do eixo da rodovia, para adequar-se ao melhor caminho e minimizar o impacto.
VIAS ININTERRUPTAS
A Folha ouviu Raquel França Carneiro, diretora da CPP (Cia. Paulista de Parcerias), do governo estadual. A diretora afirmou que as ruas paralelas à Raposo serão vias ininterruptas destinadas ao fluxo local e à circulação de ônibus urbanos; esse modelo é considerado fundamental porque pode reduzir o número de mortes de motoristas.
Hoje, muitos dos acessos são por vias perpendiculares, com os veículos ingressando na rodovia em ângulo de90 graus, que causaria maior fatalidade em caso de acidente.
Aliás, a Raposo, segundo a diretora, é a rodovia que mais morte registra nos primeiros 22 quilômetros a partir da capital, entre 2022/23. Foram 50 óbitos, um a mais do que os registrados na Imigrantes (49), Ayrton Senna (44), Anchieta (42) e Castelo Branco (37).
MARGINAIS
Ainda de acordo com o declarado pela CPP, as pistas marginais são importantes porque serão alternativa para o tráfego local, hoje utilizando a rodovia. As marginais não terão cobrança de pedágios, que serão instalados na rodovia central, com tarifas variando entre R$ 0,65 a R$ 1,78 por trecho – no total, serão cinco pórticos de cobrança.
CHEGADA A SÃO PAULO
O projeto inicial previa a instalação de uma ponte na altura da Avenida Valentim Gentil, direcionando parte do trânsito que chega a S. Paulo por sobre o rio Pinheiros, em direção à Praça Panamericana. Essa passagem foi transferida para a Avenida Politécnica, na ponta oposta à raia olímpica da USP, para desviar o trânsito que chega a S. Paulo para perto do CEAGESP.
Um túnel será construído sob a rua Sapetuba, no Butantã, que levará à pista central da Avenida Lineu de Paula Machado, na lateral do Jockey Club.
DESAPROPRIAÇÕES
Ainda segundo a diretora da CPP, há previsão de desapropriação de 280 imóveis, com uma área de 300 mil metros quadrados (associações de moradores estimam as desapropriações em 1 milhão de metros quadrados) e não será feita remoção total de grandes conjuntos habitacionais.
Mas dois condomínios perderão parte de seus estacionamentos, assim como uma grande loja de materiais de construção (não foram mencionados quais os imóveis atingidos).
No entanto, as intervenções propostas não são definitivas, porque o detalhamento ocorrerá no projeto executivo, previsto para 2027 (a concessionária será escolhida em novembro deste ano); o contrato será assinado em abril de 2025 e as obras deverão ser concluídas até 2033, quando serão iniciadas as cobranças dos novos pedágios.
As intervenções previstas na proposta não são definitivas, pois o detalhamento deverá ocorrer no projeto executivo, previsto para 2027, quase três anos após a definição da concessionária, em novembro deste ano. O contrato será assinado em abril de 2025. As obras deverão ser concluídas em cerca de oito anos, mesmo prazo estimado para o início da cobrança dos novos pedágios. Até lá, os atuais continuarão ativos.
(Da redação, com informações da ARTESP – Imagem: ALESP)