GOLPES DIGITAIS DEVEM GERAR PREJUÍZO DE MAIS DE TRÊS BILHÕES 

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Tentativas de estelionato devem crescer exponencialmente nos próximos três anos. Especialista explica ao que este crescimento se deve e faz alerta sobre os criminosos “não medem esforços para se aprimorar e estão cada vez mais habilidosos”.

 Os chamados ‘golpes do pix’ estão se tornando uma ameaça sem precedentes. De acordo com o Relatório de Fraude Scamscope da ACI Worldwide, estima-se que as perdas podem alcançar bilhões até 2027 se medidas não forem tomadas. 

Para o perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilho, essa situação ocorre porque os criminosos estão cada vez mais audaciosos e preparados para acessar os dados das vítimas, enquanto as autoridades responsáveis pela proteção da população estão sempre um passo atrás. 

Usando técnicas sofisticadas de engenharia social, phishing e aplicativos falsos, os golpistas conseguem atingir seus objetivos, o que pode resultar em perdas monetárias que ultrapassem US$ 635,6 milhões (R$ 3,7 bilhões) até 2027.

Como estes golpes acontecem?

“Os métodos mais comuns incluem mensagens falsas que simulam ser de bancos, solicitando que a vítima confirme dados pessoais ou faça transferências via Pix. Este formato pode ser aplicado por ligações, DMs das redes sociais, WhatsApp ou, como de costume, pelo SMS”, explica o perito. “Outro método bastante utilizado é o uso de links com vírus que levam o usuário a sites ou landing pages fraudulentas, o induzindo a inserir suas informações bancárias ou dados sensíveis”, completa Wanderson.

Estima-se que cerca de 60% desses golpes envolvem quantias entre R$ 1 e R$ 2.800, ou seja, valores que correspondem a pouco mais de um salário mínimo e meio, quando somados, resultam em prejuízos significativos para a população de classe baixa que, de acordo com o Wanderson, é a mais propensa a cair nesses golpes. “A frequência dessas tentativas de fraude tem aumentado, especialmente agora que facilitações no método de pagamento via pix estão sendo estudadas pelo Governo Federal”, destaca o perito.

Por que estes golpes são tão comuns e por que devem aumentar até 2027?

Wanderson aponta que a popularidade do pix, com sua característica de facilidade e adaptabilidade, aliada à falta de conhecimento sobre segurança digital por parte da grande maioria da população, faz com que este formato de golpe esteja entre os preferidos dos estelionatários. Ele ainda alerta que, até 2027, haverá um crescimento exponencial dessa prática golpista devido à maior adesão ao pix, somada ao aumento das transações digitais e à evolução exponencial das técnicas utilizadas pelos criminosos.

“Nos próximos três anos, o cenário de fraudes no Brasil tende a se agravar, graças aos avanços tecnológicos, a criação de diferentes ferramentas de que facilitem o acesso aos usuários e também boa parte da parcela de culpa vai, obviamente, aos criminosos, que, por incrível que pareça, não medem esforços aos se aprimorar e têm, cada vez mais, se tornado habilidosos em suas abordagens”, diz o perito. 

O que fazer para não ser mais uma vítima?

Por fim, Wanderson elenca uma série de medidas que podem ajudar os usuários a identificar que estão na mira dos criminosos e evitarem este tipo de exposição.

  • Desconfie de mensagens inesperadas: Nunca forneça informações pessoais ou bancárias em resposta a mensagens de texto (SMS, DMs e WhatsApp), e-mails ou chamadas não solicitadas;
  • Verifique os links: Sempre verifique a autenticidade dos links antes de clicar, verificando se, na barra de pesquisa, no “https”, existe de fato a letra S (indicativo de segurança) e lembre-se: Bancos e instituições financeiras legítimas não solicitam informações sensíveis por meio de mensagens;
  • Utilize a autenticação em dois fatores: Sempre que possível, ative a autenticação em dois fatores para suas contas bancárias e digitais, além disso, certifique-se de que suas digitais estão ativas como método seguro de acesso aos aplicativos;
  • Atualize seu software: Mantenha seus dispositivos e aplicativos atualizados com a última versão do software para garantir que estará com a proteção da desenvolvedora do seu dispositivo eletrônico.

Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Com mais de 5 mil casos resolvidos, o perito cibernético e físico, utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Análise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA. Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos. 

(Fernanda Cesar, Assistente de Comunicação. Foto divulgação)