REFÚGIO ECOLÓGICO CAIMAN REABRE APÓS INCÊNDIOS NO PANTANAL
O refúgio ecológico, inaugurado em 1985, é uma referência no Brasil, ao aliar turismo e conservação. E diante da tragédia recente, um novo conceito faz parte agora do dia a dia daqueles que trabalham ali ou o visitarão: o turismo regenerativo, que tem como objetivo ir muito além do chamado turismo sustentável ou da conservação.
Uma das principais vocações do Pantanal é o ecoturismo. Em meio à maior planície alagável de água doce do mundo, os turistas podem contemplar a abundante fauna pantaneira. Em poucos lugares do mundo, é possível ver de perto espécies como onças-pintadas, jacarés, tamanduás-bandeiras, antas ou ainda, a belíssima arara-azul.
Mas em agosto, a beleza do Pantanal deu lugar a cinzas e fumaça.
Incêndios devastaram cerca de 15% do bioma. Assim como aconteceu em 2020, o fogo se alastrou sem controle, derrubando árvores e matando animais.
Uma das propriedades atingidas foi o refúgio ecológico Caiman, localizado no município de Miranda, no Mato Grosso do Sul. O impacto do incêndio foi tão grande – 80% da propriedade foi queimada -, que ela anunciou o fechamento da operação hoteleira por quase dois meses.
Durante os últimos 60 dias, o que se viu na Caiman foi uma união de esforços e muito trabalho. Vários projetos de conservação são realizados nos 53 mil hectares da propriedade, em parceria com o Instituto Tamanduá, Instituto Arara Azul e o Onçafari.
Nesse período, essas organizações fizeram, por exemplo, a busca e o resgate de animais feridos e promoveram mutirões para poder oferecer suplementação de alimentos àqueles sobreviventes – como você pode observar nas imagens ao longo dessa reportagem, feitas pelo fotógrafo Fernando Faciole, que registrou tudo de perto.
Enfim, no dia 29 de setembro a Caiman reabriu suas portas. O refúgio ecológico, inaugurado em 1985, um projeto pessoal do empresário e ambientalista Roberto Klabin, é uma referência no Brasil, ao aliar turismo e conservação.
E diante da tragédia recente, um novo conceito faz parte agora do dia a dia daqueles que trabalham ali ou o visitarão: o turismo regenerativo, que tem como objetivo ir muito além do chamado turismo sustentável ou da conservação. Com o regenerativo a ideia é não apenas conservar, mas também regenerar e provocar um impacto positivo no destino visitado.
Turismo com propósito
A partir de agora, após a reabertura, além dos safáris, trilhas e passeios de canoa, a Caiman oferecerá a seus hóspedes a oportunidade de estar com guias e biólogos e aprender mais sobre a biodiversidade pantaneira e como é essencial tornar o bioma mais resiliente à crise climática. Quando houver necessidade de suplementação de alimentação aos animais, os visitantes poderão participar dessas atividades.
Ou ainda, ajudar na montagem e dispersão de bombas de sementes ou no plantio das mais de 1.500 mudas de espécies nativas, como o manduvi, piúva ou acuri, que dão os frutos com os quais as araras-azuis se alimentam ou usam seus troncos para fazer seus ninhos.
Para Klabin, um apaixonado pelo Pantanal, o mais recente incêndio deve ser tomado como aprendizado e uma nova forma de se entender o bioma. “A grande lição para a Caiman, e acredito que para outras propriedades, é aumentar a resiliência e adaptá-la a esse futuro de queimadas que virão”.
Entre as medidas colocadas em prática estão a construção de mais poços para que os animais encontrem água quando os rios da região estiverem secos e a instalação de abrigos em áreas abertas, próximos a essas fontes de água, para que diferentes espécies da fauna encontrem um refúgio seguro em situações de queimadas. O projeto surgiu depois que onças e jaguatiricas foram observadas se escondendo em manilhas, ao fugir do fogo e buscando temperaturas mais amenas.
“Nunca fomos só um hotel, nem só uma fazenda, mas um grande propósito de vida e é esse o sentimento que se espalha entre todos que participam dessa jornada. Respeitamos o passado – e os ensinamentos trazidos pelo fogo – e olhamos para o futuro com otimismo e a certeza de que a natureza pantaneira é tão única quanto potente”, destacou Luciana Fabbri, gerente de operações da Caiman, no vídeo que você assiste ao final dessa reportagem.
AJUDE TRABALHO DAS ORGANIZAÇÕES QUE ATUAM NO PANTANAL
Ainda há muito a ser feito para recuperar os prejuízos causados pelo fogo. Se você quiser fazer parte dessa jornada, pode fazer sua contribuição financeira para as organizações que atuam na Caiman:
Onçafari
PIX 24.030.384/0001-53
Instituto Arara Azul
PIX 05.910.537/0001-02
Instituto Tamanduá
PIX apoie@tamandua.org
(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo -Foto: Fernando Faciole)
- Pouco a pouco os animais voltam aos locais queimados pelo fogo
Foto: Fernando Faciole - Pedaços de frutas e outros alimentos foram colocados próximos a
fontes de água para os animais
Foto: Fernando Faciole
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