Filhotes nascidos em cativeiro foram levados ao Ceará para soltura na natureza, na tentativa de repovoamento, já que espécie está ameaçada de extinção na região Nordeste do Brasil
Suzana Camargo No começo de 2024, escrevi nesta outra reportagem sobre o envio de dois filhotes de periquitos-cara-suja nascidos em cativeiro, no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, no Paraná, para o Ceará. Lá eles estavam sendo aguardado pela equipe do Projeto Cara-Suja, uma iniciativa da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis). O objetivo da longa viagem dos filhotinhos, com pouco menos de um ano de idade, era a eventual soltura deles na natureza, já que a espécie (Pyrrhura griseipectus) foi declarada em 2003 como ‘criticamente ameaçada de extinção‘ em seu habitat original, a região Nordeste do Brasil, mais especificamente regiões do Ceará, Alagoas e Pernambuco. E há poucas semanas, esses dois filhotes ganharam a liberdade ao serem introduzidos na Serra da Aratanha, na região metropolitana de Fortaleza. “Estamos extremamente orgulhosos de ver o fruto do trabalho e dedicação de muitas pessoas. Foi um processo longo, desafiador e que uniu muitas mãos de colaboradores tão dedicados, mas cada etapa foi essencial para garantir que essas aves estivessem prontas para serem translocadas com sucesso, contribuindo para a recuperação da espécie em seu ambiente natural”, afirma Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, que acompanhou pessoalmente o processo de reintrodução no Ceará. Os dois filhotes que agora voam livre pelo céu são descendentes de um grupo de 12 periquitos-cara-suja resgatados do tráfico de animais silvestres, em 2019, e encaminhados para o Parque das Aves. Em Foz do Iguaçu, a expectativa é que as aves se reproduzissem. Todavia, nos dois primeiros anos não houve sucesso, até que, em abril de 2023 nasceram os primeiros filhotes. Há 15 anos a Aquasis trabalha pela conservação do periquito-cara-suja, usando inclusive, uma técnica pioneira no Brasil, a translocação de pássaros de vida livre. Graças a esses esforços, a população vem se recuperando. Há pouco mais de uma década eram menos de 100 indivíduos em vida livre na Serra do Baturité, a cerca de 100 km de Fortaleza. Atualmente são em torno de 1 mil. Aos poucos, os periquitos-cara-suja voltam a voar livre Ave endêmica da Mata Atlântica nordestina brasileira, o periquito-cara-suja só é observado ali e em nenhum outro lugar do mundo. Com o corpo verde e o peito branco, esse pássaro que mede cerca de 25 cm, tem entre suas principais características uma mancha marrom na face. Ao entardecer esse periquito se protege de predadores em ocos de árvores, entre folhas de palmeiras ou bromélias. A fêmea só se reproduz uma vez por ano, entre fevereiro e junho, e coloca seis ovos em média. Vítima no passado da perda de seu habitat, as florestas serranas, e a captura ilegal, nos dias de hoje ele é encontrado apenas em alguns pouquíssimos pontos da Bahia, e em maior quantidade no Ceará, principalmente na Serra de Baturité. Devido ao lindo e árduo trabalho que vem sendo feito pelo periquito-cara-suja, agora a espécie é considerada ‘em perigo de extinção’, não mais ‘criticamente’, o que seria um passo antes de desaparecer na natureza. (Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – Fotos: Fábio Nunes/Aquasis) |
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