FILHOTE DE ANTA SOBREVIVENTE AO INCÊNDIO DO PANTANAL ESTÁ SE RECUPERANDO
Para os íntimos ele é “Tiãozinho”. Afinal, há muito amor envolvido nessa história. Tião é seu verdadeiro nome. Pelo menos assim ele foi batizado por seus cuidadores, que ao longo dos últimos quase dois anos têm feito de tudo para que ele cresça forte, saudável e possa, um dia, se tudo der certo, ser solto novamente na natureza. O então filhote de anta foi encontrado em 2020 sozinho, com as quatro patas queimadas e levado para ser cuidado inicialmente na Universidade Federal do Mato Grosso.
Tião foi mais uma das muitas vítimas dos incêndios florestais que devastaram o Pantanal naquele ano, quando cerca de 30% do bioma foi queimado pelo fogo. Quando resgatado, ele tinha entre 30 a 40 dias. Estava muito debilitado e desnutrido.
“Ele tinha o comprometimento das quatro patas, mas os dois membros anteriores eram os mais afetados. Além das queimaduras, ele teve exposição óssea e perdeu a falange distal da pata direita da frente. Essa falange tem várias funções, inclusive relacionadas com o crescimento do casco”, explica Jorge Salomão Junior, veterinário e responsável técnico da Ampara Silvestre, organização que também fez o resgate e cuidou de vários animais durante a tragédia de 2020.
Ao longo dos últimos dois anos, a anta passou por diversos tratamentos para sua recuperação, que incluíram ozonioterapia, laserterapia e a aplicação de pele de tilápia. E por causa da lesão na pata, constantemente precisa ser anestesiado e ter seus cascos alinhados.
Mas Tião está crescendo bem e surpreendendo a todos com sua alegria e força. Na última semana, ele iniciou um passo importante para a sua futura e tão aguardada reintrodução na vida selvagem (caso seja realmente possível). A anta foi transferida para um recinto maior, situado no Parque Sesc Baía das Pedra, unidade do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, no município de Poconé.
“O recinto é bem grande, com um lago grande também e isso vai acelerar muito o processo de recuperação dele. Vamos avaliar se poderemos fazer a soltura dele na natureza por causa do problema no caso”, diz Salomão.
O veterinário ressalta que estando numa área maior, Tião poderá se exercitar e nadar mais, e isso fortalecerá sua musculatura. Aos poucos também, no novo recinto, a equipe irá se distanciar fisicamente ainda mais do animal para que ele volte a ter um instinto mais selvagem e não se sentir tão à vontade com os seres humanos.
“Estamos bem otimistas em relação ao desenvolvimento dele daqui para a frente. Sempre fazendo o máximo para que a gente consiga reintroduzí-lo na natureza”, completa.
(Fonte: conexaoplaneta.com.br/22 de abril de 2022/ Suzana Camargo)
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