COMIDA DESPERDIÇADA PODERIA ALIMENTAR 1,26 BILHÃO DE PESSOAS
FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – destaca que fragilidade dos sistemas agroalimentares deve ser abordada ao lado da necessidade urgente de transformá-los
FAO pede ações ousadas, desenvolvidas e colaborativas por acesso diário a alimentos nutritivos; debates para alcançar Fome Zero dominarão 28ª Sessão da Comissão de Agricultura, aberta em Roma.
A falta de alimentos exige mudanças transformadoras na maneira como se produz, distribui e consome a comida.
A declaração é do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, que defende um foco da ação “no sentido de garantir um uso mais eficiente dos produtos e insumos produzindo mais com menos recursos.”
ALIMENTOS NUTRITIVOS
Qu Dongyu disse, na abertura da 28ª Sessão da Comissão de Agricultura em Roma, que o mundo tem que diminuir, de forma significativa a atual perda e desperdício de alimentos. A quantidade daria para alimentar cerca de 1,26 bilhão de pessoas por ano.
A escassez de alimentos ocorre devido a fatores como pandemia, crise climática, guerra na Ucrânia e outros conflitos e crises humanitárias. O chefe da FAO destaca que é preciso adotar ações ousadas, incrementadas e colaborativas pelo acesso diário a alimentos nutritivos suficientes em todos os lugares.
Qu lembrou que o mundo “perdeu terreno e está retrocedendo” nos esforços para eliminar a fome e a desnutrição, além de garantir a segurança alimentar para todos.
Ele disse que continua o comprometimento da agência para se alcançar o ODS 2, que prevê alvos em favor da Fome Zero até 2030. Mas ressaltou que o problema “continua a aumentar, refletindo as crescentes desigualdades entre e dentro dos países”.
A FAO estima que 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome no ano passado, num aumento de 46 milhões em relação a 2020.
A alta foi de 150 milhões quando comparado a 2019, no período antes da pandemia. Em 2020, mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo não podiam custear uma dieta alimentar saudável.
Para o chefe da agência da ONU, a fragilidade dos sistemas agroalimentares deve ser abordada ao lado da necessidade urgente de transformá-los para colocá-los de volta ao caminho sustentável.
Ele declarou aos participantes que as discussões relacionadas à agricultura, pecuária, segurança alimentar, nutrição, incluindo sobre o desenvolvimento rural e a gestão de recursos naturais, serão fundamentais para os esforços com vista a transitar das estratégias para ação.
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