PROJETO APROVADO PELA CÂMARA É CONTESTADO POR ABAIXO ASSINADO
ENTENDA PEC QUE QUER O FIM DA ESCALA DE TRABALHO DE 6X1
NOVA TOTALIZAÇÃO ALTERA LISTA DE DEPUTADOS ESTADUAIS ELEITOS E DE SUPLENTES DA ELEIÇÃO DE 2022 TRE-SP realizou procedimento após candidaturas do PTB e Pros serem cassadas em ações por fraude à cota de gênero O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) retotalizou, nesta terça (12), os resultados das Eleições 2022 para o cargo de deputado estadual. Com a nova totalização e a alteração do quociente eleitoral, Camila Godoi da Silva Rodrigues (PSB) passou à condição de “eleita”. Já o atual deputado estadual Simão Pedro Chivetti (PT) perdeu a vaga, ficando na condição de 1º suplente. A alteração das vagas ocorreu após o julgamento de Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), que resultaram na cassação dos registros de candidaturas para o cargo de deputado estadual do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). As candidaturas tiveram os votos anulados por fraude à cota de gênero. Os dois partidos não tinham elegido nenhum representante para a Assembleia Legislativa paulista. Em duas ações, a Corte Eleitoral paulista julgou procedentes pedidos feitos pela Procuradoria Regional Eleitoral para reconhecer a prática de abuso de poder político em decorrência de fraude à cota de gênero, decidindo pela cassação do Demonstrativo de Regularidade dos Atos Partidários do PTB (processo nº 0608591-98.2022.6.26.0000) e do Pros (processo nº 0608598-90.2022.6.26.0000) em relação a candidaturas a deputado estadual, bem como pela nulidade de todos os votos conferidos às legendas para o cargo nas eleições de 2022. Na decisão sobre as candidaturas do PTB, o desembargador José Antonio Encinas Manfré, relator do processo, informou que “a fraude à política de isonomia de gênero na candidatura a cargos públicos eletivos, motivo do parágrafo 3º do artigo 10 da Lei 9.504/1997, configura abuso de poder político para efeito de investigação judicial eleitoral, em conformidade ao artigo 22 da Lei Complementar 64/1990”. O magistrado ainda acrescentou que, ao promoverem candidaturas a cargos públicos eletivos, os partidos devem observar os preceitos legais. “Ao excederem limites mediante atos fraudulentos, agem com abuso passível da incidência desse diploma”, frisou. No voto sobre as candidaturas do Pros, o juiz também assinalou que as agremiações partidárias devem respeitar as regras da disputa eleitoral, que buscam equalizar disparidades de oportunidade e representatividade entre os gêneros na política. O resultado ainda será homologado pelo plenário do TRE-SP. Como funciona a retotalização Candidaturas indeferidas ou cassadas têm os votos considerados nulos pela Justiça Eleitoral. Eles são excluídos do cálculo para a distribuição das vagas, por isso é necessária uma nova totalização. Não se trata de uma recontagem, situação na qual os resultados apurados nas urnas são novamente contados, voto a voto. A retotalização não interfere na apuração das urnas, mas sim no total de votos válidos. (Da redação, com informações e imagem do TER/SP)
TRUMP É O NOVO PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS
Projeto de Lei 35/2022, de autoria do vereador Luis Gustavo Napolitano, aprovado na Câmara Municipal, homenageia colecionadores de armas, atiradores e caçadores, instituindo o “Dia dos Colecionadores de Armas, Atiradores e Caçadores”. Abaixo assinado está circulando pedindo ao prefeito para não sancioná-lo
Um projeto aprovado pela Câmara Municipal no dia 16 de agosto está causando polêmica entre parte da população, que se vale de abaixo-assinado para pedir ao prefeito Rogério Franco que não o sancione.
O projeto, de autoria do vereador Luís Gustavo Napolitano, institui o “Dia dos Colecionadores de Armas, Atiradores e Caçadores”. A data escolhida pelo edil foi o dia 9 de julho – justamente o da Revolução Constitucionalista de São Paulo.
Aprovado na Câmara, o projeto foi enviado à sanção do prefeito, que tem 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo. E é justamente o veto que pleiteia o abaixo assinado, que nesta quarta, 23 de agosto, já conta com 3.097 assinaturas (acesso o abaixo assinado neste link: Abaixo-assinado · Abaixo-assinado pelo direito à VIDA · Change.org.
As reações são todas, absolutamente, contra o projeto, algumas argumentando que Cotia, afinal, tem um terço de reserva da Mata Atlântica e que é absurdo o incentivo a caça num município com tamanha área verde.
O PROJETO
O projeto do vereador Luís Gustavo tem como justificativa “homenagear uma atividade que vem crescendo dia a dia”, explicando a seguir o que são os CAC´s – Colecionadores, Atiradores e Caçadores, que … “são amantes do que fazem, são unidos, disciplinados e buscam cada vez mais acabar com o rótulo negativo que vinculam a questão relacionada as armas de fogo (sic)…nas suas modalidades, somente utilizam armas legalmente adquiridas e devidamente registradas no sistema vinculado ao Exército Brasileiro-Sistema de Gerenciamento Militar de Armas 9SDIGMA).”
E finaliza: “Desta forma, considerando a importância da valorização da categoria, bem como a necessidade de oportunizar o esclarecimento das atividades desempenhadas pelos CAC´s, conto com o apoio dos nobres pares desta Casa Legislativa parla sua aprovação”.
O projeto foi aprovado.
FALTA DE CONTROLE DAS ARMAS
Os atiradores e caçadores, na verdade, querem flexibilizar ainda mais o porte de armas. Tanto é que está no Senado Federal em análise o Projeto de Lei 3273/2019, que amplia o porte de armas para colecionadores, atiradores e caçadores. O projeto já chegou a entrar em pauta para votação, mas não há acordo sobre o texto. Veja a íntegra do projeto neste link: documento (senado.leg.br).
E, apesar do projeto municipal mencionar que existe um controle, os noticiários dão conta de que existem falhas no sistema, que permitem a compra de pistolas e fuzis por criminosos. As entidades avaliam que a falta de informações unificadas impede o rastreamento, a fiscalização e a investigação de crimes com armas de fogo.
Ainda segundo o Instituto, em notícia divulgada pelo Jornal Nacional de 22 de julho deste ano, quase 4,5 milhões de armas estão registradas em nome de pessoas físicas. Os registros de colecionador, atirador desportivo e caçador – o chamado CAC, concedido pelo Exército – também não param de crescer. Desde 2019, 550 mil pessoas obtiveram o certificado. Um aumento de 307% em relação ao total de CACs que existiam até 2018. Ou ainda uma média de 424 licenças emitidas por dia para usar armas no país. (…)
Entre os documentos exigidos pelo Exército para um cidadão conseguir o registro de caçador, atirador desportivo e colecionador está uma declaração de idoneidade, que pode ser em primeira pessoa, simples assim: “Eu, fulano de tal, documento tal, declaro que possuo bons antecedentes e não respondo a nenhum inquérito policial ou processo criminal”. O problema, segundo os especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional, é que o Exército não verifica se o que está escrito nessa declaração é verdade.
“Não há uma checagem aí de uma autenticidade dos documentos que estão sendo enviados e não há uma consulta do próprio Exército tomando a iniciativa de entrar nos tribunais de Justiça e checar se aquela pessoa, se aquele CPF, tem alguma inconsistência. Então, o que a gente está vendo é uma série de escândalos de CACs envolvidos nas páginas policiais se registrando com documentos falsos. É uma licença que dá uma série de privilégios para acessar um número muito grande de armas e munições”, afirma Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz.
“Não tem sentido, nos dias de hoje, com todas as informações que a gente tem sobre o desvio de arma legal para a ilegalidade, com a existência de processos informatizados, ou seja, é possível consultar sem ter muito trabalho, não tem cabimento que o Exército não faça essa checagem mínima”, diz Isabel Figueiredo, conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A lei brasileira proíbe que uma pessoa que responde a processo criminal ou inquérito policial seja um CAC. Casos recentes mostram falhas na fiscalização.
Em julho, em Uberaba, Minas Gerais, a Polícia Federal apreendeu armas de um suspeito de pertencer a uma facção criminosa. A investigação descobriu que ele conseguiu registro de CAC mesmo respondendo a 16 processos ou inquéritos policiais. Entre os crimes, estão homicídio qualificado, roubo e tráfico de drogas. Com a licença de CAC, o suspeito comprou um fuzil, duas pistolas e outras quatro armas.
Outro exemplo vem de Uberlândia, também em Minas. Rodrigo Luiz Parreira tinha registro de CAC. Mas, segundo o Ministério Público Federal, ele mentiu ao descrever na declaração de idoneidade que não respondia “a nenhum processo criminal”, e, por isso, foi preso no dia 2 de julho. Na terça-feira (19), deixou a prisão e vai responder ao crime em liberdade.
Rodrigo havia sido condenado por estelionato e respondia a três processos por lesão corporal, organização criminosa e roubo. Como para conseguir o registro é necessário apresentar certidões de antecedentes criminais, ele tirou a certidão em outro município, onde não respondia por nenhum crime. Depois que obteve o registro do Exército, Rodrigo Luiz Parreira ainda acumulou outros seis processos criminais. Com o registro de CAC, ele comprou dois fuzis – um com capacidade de perfurar carros blindados – e uma pistola semiautomática.
…
Segundo o Instituto Sou da Paz e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a falta de transparência do Exército com relação aos CACs dificulta a fiscalização.
“Para dar um exemplo, um policial que para alguém na estrada, ele pega o documento do carro, ele consegue checar na hora se aquele carro é roubado, se o licenciamento está em dia. Quando se apresenta uma carteirinha do Exército de CAC, ele não consegue consultar se aquele documento é autêntico, ele não consegue consultar se aquela arma de fato está ligada àquela pessoa”, afirma Bruno Langeani.
Também não é possível conferir, por exemplo, se uma pessoa acusada de violência doméstica ou outro crime possui registro de CAC ou arma em seu nome.
“Um delegado hoje que investiga homicídio não tem acesso ao banco de dados do Exército. Um promotor que investiga crime organizado não tem acesso direto ao banco do Exército. Então, obviamente, isso cria um problema grave de fiscalização e de segurança pública no país”, diz Langeani.”
Cabe agora ao prefeito Rogério Franco sancionar ou vetar a lei. De todo modo, se o projeto não for sancionado ou vetado pelo prefeito dentro do prazo, o Presidente da Câmara pode fazê-lo.
Leia a íntegra do projeto de lei, aprovado na Câmara, aqui: arquivo (siscam.com.br)
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