QUEIMADAS NA AMAZÔNIA SÃO 21% MAIORES DO QUE SETEMBRO DE 2021

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O alerta é do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Especiais: em apenas  oito dias, focos de queimadas na Amazônia já são 21% maiores do que em todo o mês de setembro de 2021

 A área de alertas de desmatamento na Amazônia cresceu 81% em agosto em relação ao mesmo mês do ano passado. Com 1.661 km2 de devastação registrados pelo sistema Deter-B, do Inpe, foi o segundo pior agosto da série histórica, quase empatado com 2019, que registrou 1.714 km2.

Como o desmatamento na Amazônia é medido pelo Inpe de agosto de um ano a julho do ano seguinte, a série de dados de 2023 começa já com alta. 

O desmatamento no Cerrado no mês também ficou quase empatado com o ano passado (oscilou 3,5% para cima, com 409 km2). É o segundo maior da série histórica iniciada em 2018.

Aos números de desmatamento somam-se os de queimadas, que voltaram a assolar a região amazônica com força no mês passado. O número de focos registrados pelo Inpe em agosto (33.116) foi 7% maior do que no mesmo mês de 2019 – quando o infame episódio do “Dia do Fogo” botou o Brasil no centro de uma crise internacional.

A área queimada nesse mês foi de 24.066 km2, um aumento de 30% em relação ao ano passado e a segunda maior desde a seca recorde de 2010 (perdendo apenas para 2019);

No mês de setembro, o número de focos de queimada detectados pelo Inpe, em apenas oito dias, já é 21% maior do que o de todo o mês de setembro do ano passado. O Ibama executou até 5 de setembro apenas 37% do orçamento disponível para prevenção e controle de fogo.

O avanço da estação seca, o chamado “verão” amazônico, após um primeiro quadrimestre de muita chuva, está dando aos desmatadores a oportunidade de queimar a floresta derrubada no ano passado, quando a região viu a maior taxa de desmate em 15 anos.

A taxa oficial de desmatamento, dada pelo sistema Prodes, do Inpe, só deverá ser conhecida no final do ano. Mas as medições do Deter, de agosto a julho, mostraram números muito semelhantes aos do ano passado, o que indica ser provável uma taxa maior do que 10 mil km2 em 2022.

 (Observatório do Clima)