Pocha, a elefanta que vivia em um fosso de concreto com sua filha Guillermina, foi trazida da Argentina em maio e morava no Santuário dos Elefantes, na Chapada dos Guimarães. O animal tinha 55 anos e marcas do cativeiro forçado a que foi submetida durante 20 anos.
“É com o coração pesado que anunciamos que a elefanta Pocha faleceu”, assim inicia o comunicado divulgado pela administração do Santuário dos Elefantes no Brasil, em Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), divulgado nas redes sociais, na sexta-feira (7). A causa da morte ainda é desconhecida.
Pocha, de 55 anos, estava no Santuário desde maio, quando chegou junto com sua filha Guillermina, de 24 anos.
Em 1968, Pocha chegou a um zoológico na Alemanha e, depois, passou 20 anos em um ecoparque na Argentina, confinada em um fosso, antes de conseguir vir para Mato Grosso. A elefanta teve dois filhos, um natimorto, em 1988, e depois, Guillermina.
Os efeitos desse período deixaram marcas em seu corpo. Pocha, segundo as informações do Santuário, apresentava problemas nas patas e na pele. Esse, resultado de sua mania de se esfregar nos muros de onde ficava.
Quando chegou ao Santuário com a filha, houve um episódio em que Pocha ficou muito cansada e estava mais lenta para comer. A equipe do Santuário aplicou uma injeção de multivitamínico na elefante e ela apresentou melhora.
A MORTE
De acordo com as informações publicadas na rede social do Santuário, há alguns dias Pocha estava exigente com o feno, mas continuava pastando e se alimentando com frutas e legumes.
Após uma dose de vitamina na noite de quinta-feira (6), parecia resplandecente, com os olhos brilhantes, apesar de cansada. “No entanto, quando voltamos para checá-la um tempo depois, descobrimos que ela havia falecido”, informa a publicação.
Uma necropsia será realizada em breve para indicar a causa da morte.
A DESPEDIDA
“Guillermina, que estava dividindo os recintos perto do galpão com sua mãe, deu longos estrondos para chamar suas amigas – e era possível ouvi-las respondendo de volta para ela”, descreve o texto.
As demais elefantas, Bambi, Mara e Rana, vieram ficar com Gille, como a caçulinha do grupo é chamada. A primeira a se aproximar de Pocha foi Rana, com Guillermina, depois voltou às demais, deixando Mara ir até mãe e filha. Bambi não quis chegar muito próximo, mas observava toda a movimentação.
“Depois disso, uma por uma, as outras meninas voltaram, desta vez Bambi se aproximou de Pocha, cheirando-a e acariciando seu rosto. Pouco depois da meia-noite, todas elas estavam em lados diferentes de Pocha, em silêncio e relaxadas, tendo um daqueles momentos de elefante que só eles entendem. Pouco antes das 4 da manhã, Maia também veio ficar com Guilhermina”, narra a mensagem.
De acordo com a equipe do Santuário, Guillermina começou a entender o que aconteceu a mãe e tem sido muito gentil. “Ela a toca, a cheira, a acaricia com sua tromba, parecendo sentir que sua mãe não está mais aqui”, diz o texto.
(Fonte: O Livre – Natalia Guimarães -8/10)
Pocha e sua filha viveram confinadas em um fosso mais de 20 anos (conexãoplaneta)
(Foto: Rede social / Santuário dos Elefantes)
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