INOVAÇÃO PARA MAIS INCLUSÃO MARCA DIA INTERNACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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No dia Internacional das Pessoas com Deficiência, ONU reconhece que ainda há muito a fazer, tais como melhorar a inclusão das PcD em todos os aspectos da vida, acabar com o estigma e a discriminação, melhorar a tecnologia assistida e acabar com desigualdades que elevam risco de morte para pessoas com deficiência.

As Nações Unidas marcaram no sábado, 3 de dezembro, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, lembrando que a inclusão é uma condição essencial para defender os direitos humanos, o desenvolvimento sustentável, a paz e a segurança.
Este ano o tema é o papel da inovação para um mundo acessível e equitativo.
Foco na tecnologia

O especialista em Programas e Tecnologia Assistiva do Unicef, Fernando Botelho, falou à ONU News, em Nova Iorque, sobre a importância da tecnologia assistiva, que inclui dispositivos como cadeira de rodas, aparelhos auditivos, software, leitor de tela e óculos.
“Essas tecnologias abrem uma tremenda variedade de oportunidades de emprego para pessoas com deficiência. E tão importante quanto as tecnologias e a atitude das pessoas e a capacitação das pessoas é também a coragem de buscar sempre um ambiente de trabalho e uma sociedade mais inclusiva.”
Em mensagem, o secretário-geral da ONU diz que essas ferramentas podem melhorar o acesso à informação, educação e aprendizagem ao longo da vida. E abrir novos caminhos para que as pessoas com deficiência participem da força de trabalho e da sociedade como um todo em pé de igualdade.
O chefe das Nações Unidas destaca que para cumprir a promessa da tecnologia, é preciso acabar com a divisão digital e proteger os direitos humanos nesse espaço.
Desafios atuais
Guterres acredita que o mundo está enfrentando uma série de crises que está afetando, de forma desproporcional, quem vive com uma deficiência. Para ele, é preciso criar soluções transformadoras e resgatar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sem esquecer de ninguém.
O líder da ONU vê necessidade de uma maior colaboração do setor público-privado para desenvolver estratégias para, com e por pessoas com deficiência.
O secretário-geral lembra que a “pedra angular desta cooperação deve ser a participação ativa das pessoas com deficiência em toda a sua diversidade e sua plena inclusão em todos os processos de tomada de decisão”.
Estratégia da ONU
A Estratégia de Inclusão da Deficiência das Nações Unidas apresenta um roteiro concreto para promover a inclusão e acessibilidade da deficiência em todo o trabalho da organização.
António Guterres disse que todos trabalham para avaliar, abordar e promover a acessibilidade digital e dar o exemplo na inclusão de pessoas com deficiência num mundo acessível e equitativo para todos.

OMS alerta para os riscos
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado nesta sexta-feira traz evidências de um risco maior de morte prematura e doenças entre muitas pessoas com deficiência.
Lançado na véspera do Dia Internacional, o relatório mostra que o número de pessoas com deficiência aumentou em todo o mundo para 1,3 bilhão, ou 1 em cada 6 pessoas.
Para a OMS, este número reforça a importância de alcançar a participação plena e efetiva em todos os aspectos da sociedade e incorporar os princípios de inclusão, acessibilidade e não discriminação no setor de saúde.

Risco de morte prematura
O Relatório Global sobre Equidade em Saúde para Pessoas com Deficiência (Relatório global sobre equidade em saúde para pessoas com deficiência (who.int)) revela que, devido às desigualdades sistêmicas e persistentes em saúde, muitas pessoas com deficiência correm o risco de morrer muito mais cedo, até 20 anos antes, do que pessoas sem deficiência.
Segundo a agência da ONU, elas têm mais chance de desenvolver condições crônicas, com até o dobro do risco de asma, depressão, diabetes, obesidade, doenças bucais e derrame.
Muitas das diferenças nos efeitos na saúde não podem ser explicadas pela condição de saúde ou deficiência, mas por fatores evitáveis e injustos.

Unicef/Pancic

© UNOCHA/Maxime Nama – Meninas com deficiência jogam basquete na República Democrática do Congo