ARTIGO: CUIDADOS PALIATIVOS

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Dr. Felício Savioli Neto *

Nos últimos dias muito se tem falado do estado de saúde do rei Pelé e dos cuidados paliativos a ele instituído.

Mas o que realmente são esses cuidados paliativos?

Ao contrário do que se possa imaginar cuidados paliativos não significa abandonar o paciente a própria sorte, e sim promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares por meio da prevenção e alívio do sofrimento.

São cuidados de saúde ativos e integrais prestados ao paciente com uma doença grave, progressiva e que ameaça a continuidade de sua vida.

Esses cuidados têm como finalidade promover qualidade de vida do paciente por meio da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais.

Esses cuidados podem ser associados ao tratamento com objetivo de cura da doença a fim de auxiliar no manejo dos sintomas de difícil controle e melhorar as condições clínicas do paciente. Tais cuidados podem ser realizados no domicílio, em ambulatório e, nos casos mais graves, em hospitais.

À medida que a doença avança, mesmo em vigência do tratamento com intenção curativa, a abordagem paliativa deve ser ampliada visando também cuidar dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais.

Na fase terminal, em que o paciente tem pouco tempo de vida, o tratamento paliativo se torna prioritário para garantir qualidade de vida, conforto e dignidade. A transição do cuidado com objetivo de cura para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo, e sua dinâmica difere para cada paciente.

A abordagem ao paciente e à família é feita por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e farmacêuticos.

Além desses, capelães, voluntários e cuidadores também acompanham e apoiam os membros da família e da equipe em prol do bem-estar do paciente.

* Doutor em cardiologia pela Universidade de São Paulo e chefe da seção de cardiogeriatria do Instituto Dante Pazzanese. Atua na região de Cotia há mais de 40 anos.