22 de janeiro de 2023 Mônica Nunes
A crise vivida pelo povo indígena Yanomami chocou os brasileiros pela crueza das imagens divulgadas; situação está exigindo todo tipo de ação, e esta matéria explica a maneira de melhor ajudar, de acordo com a disponibilidade de cada um. Leia, divulgue e ajude.
Há, pelo menos, três maneiras de ajudar o povo Yanomami neste momento de crise, que são complementos importantes e de grande apoio à força-tarefa empreendida pelo Governo Federal antes (com o envio de uma equipe de agentes de saúde à Roraima na semana passada) e depois da viagem da equipe que foi a Boa Vista, neste sábado, 21 de janeiro: se voluntariar para atuar na Força Nacional do SUS, doar dinheiro para a campanha da Ação da Cidadania e compartilhar ações emergenciais e notícias, com muito cuidado e respeito.
FORÇA NACIONAL SUS CONVOCA VOLUNTÁRIOS
Ontem mesmo, o governo decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na Terra Indígena Yanomami e em Boa Vista, onde fica a Casa de Saúde Indígena (Casai) -, “diante da necessidade de enfrentamento à desassistência sanitária da população local”, declarou o Ministério da Saúde, que decretou a crise vivida pelos indígenas como crise humanitária e sanitária.
Estes decretos são importantíssimos, pois possibilitam agilidade nas ações emergenciais como a liberação de equipamentos e materiais, tais como aeronaves, medicamentos, equipes de especialistas e assistentes etc, alimentos, além da convocação de ajuda voluntária.
O Ministério da Saúde convocou voluntários para apoiar a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) – ou Força Nacional do SUS -, com o intuito de “reforçar o atendimento em território Yanomami após decretação de emergência em saúde pública”, explica a nota publicada em seu site.
A Força Nacional do SUS é um programa de cooperação criado em novembro de 2011, para a “execução de medidas de prevenção, assistência e repressãoa situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população quando for esgotada a capacidade de resposta do estado ou município”.
Os voluntários prestarão atendimento direto aos pacientes na Casai – Yanomami e assistência no hospital de campanha do Exército. De acordo com o ministério, “a equipe é composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas que atuarão de acordo com suas especialidades”.
O link para o formulário de inscrições está disponível no site do ministério. E, se esta oportunidade não tem nada a ver com você, divulgue em suas redes sociais. Quem sabe seu post alcança pessoas dispostas e disponíveis para arregaçar as mangas e trabalhar desta forma.
DOAÇÕES PARA CESTAS DE ALIMENTOS
Esta sugestão é perfeita para quem está longe ou não tem aptidão para se envolver de corpo e alma em qualquer outra mobilização, mas dispõe de dinheiro – não importa a quantia – para doar.
Ontem, “em ação coordenada junto aos órgãos do governo federal como o Ministério do Desenvolvimento Social, a Funai, o Exército e entidades locais, estamos levando alimentos para quem mais precisa”, explica a ONG Ação da Cidadania, fundada pelo ativista Betinho, em suas redes sociais. Entre eles, agora, estão os Yanomami.
Quem puder colaborar e fazer parte desta onda de solidariedade pode fazer sua doação via PIX –sos@acaodacidadania.org.br – ou por cartão, PayPal, boleto ou PicPay: acesse o link Doare
A Ação pela Cidadania está atuando em Roraima desde ontem, 21/1, produzindo cestas de alimentos que respeitam os hábitos alimentares locais, e estão sendo enviados para as comunidades pelos órgãos acima citados.
COMPARTILHAMENTO NAS REDES SOCIAIS
Desde sexta-feira, quando a comitiva governamental foram para Roraima para ver de perto a situação dos Yanomami, em especial das crianças, as redes sociais têm sido inundadas pelas imagens perturbadoras de adultos e crianças em pele e osso.
Elas lembram imagens de campos de concentração do Holocausto, na Alemanha, e algumas montagens foram divulgadas mostrando que essa comparação não é exagerada. Os adultos têm peso de crianças, e crianças de 3 anos, por exemplo, chegam a pesar 3 a 3,5 quilos, ou seja, o mesmo que um recém-nascido saudável.
Os Yanomami ‘invadiram’ as redes sociais devido ao impacto que as imagens causam e essa divulgação é muito importante para tornar essa realidade cruel conhecida de todos os brasileiros e do mundo. É importante que se amplie a consciência a respeito do genocídio promovido pelo governo Bolsonaro, desde o primeiro ano de mandato.
No entanto, hoje, a Uhiri – Associação Yanomami, responsável pela liberação dessas imagens tristes, fez um apelo: para que todos evitem divulgar a imagem de uma senhora muito magra, que aparece sendo pesada por uma agente de saúde, porque ela faleceu. “Gostaríamos de pedir a todos que evitem, a partir deste momento, o compartilhamento da imagem dela. Entendemos a importância de levar ao mundo a situação drástica, mas, por questões culturais, sua imagem não pode mais ser divulgada”.
Na cultura Yanomami, após o falecimento, o nome dessa pessoa não é mais pronunciado. Seus pertences são queimados e não é mais permitido divulgar imagens suas. O respeito a esse pedido faz parte do resgate da dignidade do povo Yanomami neste momento tão trágico.
Por fim, compartilhe este post e convide amigos e parentes para participar das mobilizações #SOSYanomami, de acordo com a disponibilidade de cada um.
(22 de janeiro de 2023 – Mônica Nunes – conexaoplaneta.com.br)
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