BOTO COR-DE-ROSA VENCE CONCURSO DE FOTOS

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Imagem de boto-cor-de-rosa na Amazônia é grande vencedora do concurso Underwater Photographer of the Year

 

“Boto encantado”. Assim mesmo, em português, é o nome com o qual a fotógrafa Kat Zhou, dos Estados Unidos, batizou o flagrante feito de um boto-cor-de-rosa no Brasil. Com o registro ela conquistou o 1o lugar no concurso internacional Underwater Photographer of the Year 2023, premiação que reconhece o trabalho de alguns dos melhores fotógrafos subaquáticos do mundo.

“Há uma lenda entre os moradores da Amazônia que os botos podem se transformar em belos homens conhecidos como “boto encantado” à noite para seduzir mulheres. Embora eu não tenha presenciado essa esquiva transformação, ao entardecer me encantei por esses lindos mamíferos de uma forma diferente. Depois de ver como eles às vezes traziam seus bicos acima da água, eu sabia que queria uma foto ao pôr do sol. Embora a água estivesse tão escura que eu estava fotografando às cegas, este boto me deu uma pose e um sorriso perfeitos!”, contou Kat.

A foto vencedora

Ao agradecer o prêmio, a fotógrafa contou mais sobre a dificuldade em fazer a imagem embaixo da água, que nos rios amazônicos é tão escura. Ela aproveitou ainda para ressaltar as ameaças que sofrem essa espécie.

“Existem apenas seis espécies existentes de botos no mundo, e todas elas estão ameaçadas de extinção ou criticamente ameaçadas. Todos os botos enfrentam pressões semelhantes, incluindo poluição e projetos de desenvolvimento em grande escala que alteram os fluxos dos rios e perturbam os ecossistemas locais”, disse.

 

Os botos da Amazônia também são afetados por envenenamento por mercúrio devido à indústria local de mineração de ouro e, em algumas partes da Amazônia, são mortos intencionalmente pela pesca para serem usados como isca para uma espécie de bagre. Embora os habitantes locais geralmente reverenciem esses golfinhos como criaturas lendárias com poderes mágicos, se continuarmos no atual caminho de destruição ambiental na Amazônia, temo que eles realmente se tornem nada mais do que seres míticos”, alertou a profisisonal.

Dentre as outras categorias anunciadas, destaque também para a triste imagem logo a seguir, de uma baleia que teve sua cauda presa em apetrechos de pesca e acabou morrendo. O registro do fotógrafo espanhol Alvaro Herrero recebeu o prêmio “Conservação Marinha”, da Save Our Seas Foundation.

“Uma baleia jubarte tem uma morte lenta, dolorosa e agonizante depois de ter sua cauda enredada em cordas e bóias, tornando-a completamente inútil. Um reflexo do que estão a sofrer não só os nossos oceanos, mas também o nosso planeta, fruto do egoísmo e da falta de responsabilidade do homem”, relatou Herrero. “Tirar esta fotografia foi, para mim, o momento mais triste que já vivi no oceano. Especialmente porque passei muito tempo com jubartes debaixo d’água, experimentando contato visual, interações e vendo com meus próprios olhos como eles são seres sencientes e inteligentes”.

Baleia morre após se enredar em apetrechos de pesca

 

Já na categoria “Retrato”, Suliman Alatiqi, do Kuwait, conseguiu fazer esta divertida foto abaixo.

“A tromba do elefante é uma das características anatômicas mais distintas do mundo natural e esta foto visa enfatizá-la. Felizmente, ele estava curioso sobre minha câmera e ficou feliz em senti-la, o que me deu a oportunidade de capturar essa perspectiva, apesar das condições ruins para uma foto subaquática (água agitada e pouca visibilidade)”, compartilhou o fotógrafo.

Confira todos os vencedores do Underwater Photographer of the Year 2023 acessando o link Vencedores 2023 – Fotógrafo Subaquático do Ano (underwaterphotographeroftheyear.com)

 

(conexaoplaneta.com.br -20 de fevereiro de 2023 =  Suzana Camargo)