ANTA ALBINA É AVISTADA NO PANTANAL DO MATO GROSSO DO SUL

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Animal foi visto por pescadores se refrescando às margens do Rio Miranda, no Mato Grosso do Sul. Assista o vídeo no final da matéria.

 

Pescadores amadores, que frequentam o Rio Miranda, na região pantaneira de Mato Grosso do Sul, avistaram animal raro no final de semana: uma anta albina que nadava tranquila às margens do rio.

Ela certamente estava ali para se refrescar e se hidratar devido ao calor excessivo que atinge boa parte do país há quase duas semanas.

Ao ver o barco, a anta rara fugiu para dentro da mata, mas ainda deu tempo de um deles, Bruno Girotto, fazer um bom registro em vídeo para provar o encontro inusitado e evitar a descrença de “uma história de pescador”. 

Mas esse momento raro, na verdade, não foi privilégio dos pescadores, nem do guia de turismo, Jhony Moreno, que os acompanhava. Muitos turistas que frequentam a região têm relatado encontros com o animal albino.

O vídeo feito por Girotto foi publicado nas redes, compartilhado por Moreno, e viralizou (veja no final deste post na reprodução do site O Pantaneiro, que foi o primeiro a dar a notícia).

Animais albinos são raros na natureza. Além da cor da pele, resultado da ausência de pigmentação ou coloração, são vulneráveis aos predadores pois não conseguem se camuflar.

Encontrar uma anta albina no Pantanal não faz parte da rotina do bioma, mas parece que o calor exacerbado tem contribuído para tornar este raro indivíduo muito conhecido.  

Outra anta albina no Pantanal?

Esta não é a primeira vez que uma anta albina é registrada no Pantanal. A primeira foi em 2010, também no Mato Grosso do Sul, mas numa fazenda, em Sete Quedas, onde sofria maus tratos desde que nasceu: estava muito magra, com ferimentos na tromba e na região lombar.

 

Anta albina encontrada em fazenda no MS, vítima de maus tratos / Foto: reprodução video TV Morena

Na ocasião, após denúncia, ela foi apreendida pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) e levada para sua sede, em Campo Grande, para análise e posterior encaminhamento para local adequado.

Como a anta viveu sempre em cativeiro, não teria condições de sobreviver na natureza.

Outros registros

Em 2014, o fotógrafo de natureza Luciano Candisani registrou uma anta albina na natureza. O flagrante aconteceu no Legado das Águas, a maior reserva privada de Mata Atlântica do Brasil, localizada no município de Tapiraí, em São Paulo. 

Como era macho, a anta foi batizada de Gasparzinho. Em 2018, as armadilhas fotográficas da reserva registraram outro indivíduo, também macho, ao qual foi dado o nome de Canjica. 

Candisani foi chamado para flagrar a nova descoberta com seu talento e tecnologia e conseguiu, claro! 

Os dois registros foram possíveis graças à parceria de dois projetos: o Floresta Viva, criado por Candisani, e o Projeto Anta do Instituto Manacá, que faz o monitoramento da espécie, a Tapirus terrestris. 

E a certeza de que são albinos também só foi possível com as fotos do profissional, com qualidade muito superior às das imagens capturadas por armadilhas fotográficas. 

Os dois casos foram relatados em artigo de Mariana Landis, bióloga pesquisadora do Instituto Manacá, e ganharam destaque na publicação científica internacional Mammalia.

 

[O projeto Floresta Viva consiste na instalação de um estúdio fotográfico camuflado em meio à vegetação, equipado com flashs e câmeras profissionais. Quando um animal passa, sensores são acionados e fotografam automaticamente, gerando imagens coloridas e em alta resolução, independente do horário do dia]  

A princípio, imaginou-se que os dois animais seriam os únicos indivíduos albinos da espécie na região e que podem ser parentes. 

No entanto, em 2020, filhote de anta, também albina, foi encontrado sozinho e muito debilitado em área do Parque Estadual de Jurupará. Ela foi resgatada por uma equipe da prefeitura de Piedade, no interior de São Paulo, e encaminhada para o Zoológico de Sorocaba, onde se recuperou à base de leite de cabra, na mamadeira.

Era uma fêmea que aparentava ter aproximadamente dez dias, estava muito prostrada e fraquinha, e com risco de desnutrição: pesava apenas nove quilos.

A hipótese mais plausível era de que ela teria sido abandonada ou que a mãe teria sofrido alguma violência – atropelamento ou caça -, já que, em geral, os filhotes ficam na companhia das mães até 18 meses a dois anos. E, devido à proximidade das regiões, levantou-se uma suspeita: teria parentesco com Gasparzinho e Canjica?

Abaixo, a anta já recuperada, fotografada por Luciano Candisani no Zoológico de Sorocaba. Tão linda! A seguir, assista ao registro da anta às margens do Rio Miranda, no MS, pelos pescadores: No último final de semana, pescadores que frequentam as águas do Rio Miranda, região pantaneira de Mato Grosso do Sul, foram surpreendidos… | Instagram

O mesmo filhote acolhido pelo zoológico de Sorocaba, agora em foto de Luciano Candisani

(conexaoplaneta.com.br/26 de setembro de 2023/ Mônica Nunes)

 

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