ANVISA DETERMINA RECOLHIMENTO DE PRODUTOS COM PROPILENOGLICOL CONTAMINADO

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Veja quais empresas venderam propilenoglicol ‘com indícios de contaminação’: Anvisa divulgou resolução em que determina o recolhimento de produtos feitos a partir dos lotes de propilenoglicol supostamente contaminados com etilenoglicol

Em avanço às investigações sobre a intoxicação e morte de mais de 50 cães no Brasil após consumirem petiscos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou, na quinta-feira passada, 29/9,  lista com seis empresas que estariam envolvidas com a venda e distribuição de propilenoglicol com indícios de contaminação por monoetilenoglicol.

A pasta também proibiu a distribuição e determinou o recolhimento de todo propilenoglicol que contenha números de lotes com os códigos 5053C22 e 4055C21 (acrescentado ou não por letras iniciais complementares) e dos produtos fabricados a partir deles.

Conforme a Anvisa, as investigações, que ocorrem em parceria com as Polícias Civil de Minas Gerais e de São Paulo e com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), identificaram “uma rede de distribuição e venda dos lotes” da substância supostamente contaminada. 

A pasta cita seis empresas que estariam envolvidas na venda das substâncias contaminadas. Entre elas a TecnoClean, com sede em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, e a A&D Química, de São Paulo. Ambas já haviam sido divulgadas como responsáveis por dois lotes de propilenoglicol contaminados que foram vendidos para fabricantes de comida para animais.

As empresas trocam acusações sobre a responsabilidade da venda do material, que possuía o chamado “Grau USP”, uma indicação de pureza que informa que o produto pode ser usado para consumo alimentar. Ambas já foram ouvidas pela Polícia Civil.

Fonte: ANVISA 

 

Veja a lista de empresas e os lotes com indícios de contaminação, conforme a Anvisa:

Tecno Clean Industrial Ltda

lotes: AD 4055 C21 e AD 5035 C22.

A&D Química Comércio Eireli 

lotes: AD 4055 C21 e AD 5035 C22.

Atias Mihael Comércio de Produtos Químicos Ltda

Lotes: 98088/220, 98489/200, 98588/220, 99578/220, 99867/220, 99991/220, 100196/220, 100310/220 e 100353/220

Limpamax Comércio Atacadista de Produtos de Higiene e Limpeza Ltda

Lote: AD5035C22 

EJTX Comércio e Produtos Alimentícios e Máquinas e Equipamentos Industriais Ltda (nome fantasia Pantec Tecnologia para Alimentos)

Lote: AD5035C22

Bella Donna Produtos Naturais Ltda

Lotes: AD 5035 C22 e AD 4055 C21.

A Anvisa não informou quais empresas, do ramo de produção de alimentos, compraram substâncias dessas fornecedoras. A reportagem de O TEMPO demandou a pasta e aguarda retorno. 

Entenda 

A Anvisa e o Mapa determinaram que empresas recolham produtos que teriam sido fabricados com propilenoglicol supostamente contaminado. A substância é amplamente usada para produção de alimentos para humanos e animais. Contudo, precisa estar pura — indicação feita a partir do chamado “grau USP”.

Acontece que exames feitos em alguns petiscos, consumidos em cães que morreram intoxicados, indicaram a presença de monoetilenoglicol, substância altamente tóxica quando ingerida. As investigações determinaram que a contaminação ocorreu em dois lotes de propilenoglicol, inicialmente vendidos pela TecnoClean e A&D Química para a Bassar Pet Food, que fabricou os petiscos. A nova resolução da Anvisa, no entanto, indica que mais empresas podem ter vendido substância contaminada.

Até o momento, cinco fabricantes de produtos para cães tiveram determinação do Mapa para recolhimento de seus produtos após detecção do uso de lotes de propilenoglicol contaminados com monoetilenoglicol. São elas: Bassar, FVO Alimentos, Peppy Pet, Upper Dog e Petitos.

Na indústria alimentar para humanos, a empresa Keishi, responsável pela produção e comércio de massas de estilo orientais, teve o recolhimento dos produtos determinado pela Anvisa. Em comunicado, no entanto, a empresa chegou a afirmar que o recolhimento não foi feito pois todos os produtos foram vendidos.