Atendimento psicológico aos alunos é debatido na 9ª reunião da Comissão Temporária sobre Violência nas Escolas

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Penúltima reunião do grupo de trabalho foi realizada nessa quinta-feira, dia 22, com a participação das secretarias de Educação e Saúde

A Comissão Temporária de Assunto Relevante sobre a Violência nas Escolas chegou nesta semana à sua penúltima reunião, com a participação da Diretoria Regional de Ensino e secretarias municipais de Educação e de Saúde. Durante a reunião dessa quinta-feira, dia 22 de junho, a necessidade de oferecer atendimento psicológico e de assistência social aos estudantes foi um dos focos do debate.

O Presidente da Comissão, vereador Sérgio Folha (PV), deu início à reunião citando a Lei Federal nº13.935/2019, que determina que as instituições de ensino da rede pública devem contar com profissionais das áreas de serviço social e de psicologia. “Grande parte dos problemas verificados nas escolas, principalmente naquelas em que os alunos são mais velhos, é resultado da falta de apoio psicológico. O jovem muitas vezes tem um problema, mas não é ajudado. É importante que o problema seja identificado nos primeiros anos escolares para não se agravar mais tarde”, defendeu o parlamentar.

Conforme explicou o Secretário Municipal de Educação, Luciano Corrêa, a pasta está analisando a possibilidade de contratação destes profissionais no próximo concurso público. “Hoje nós temos psicólogos na rede, mas percebemos que a demanda aumentou muito. Temos pelo menos 200 pessoas na fila para serem atendidas e estamos analisando, junto com a Secretaria de Saúde, como diminuir esta demanda”.

Uma das possibilidades aventadas pela administração municipal está a organização das escolas em núcleos de atendimento. “São 104 escolas do Município, então é difícil termos um psicólogo em cada instituição pela volumetria de profissionais necessários, que precisam estar bem treinados e adaptados para estas situações”, afirmou o Secretário Municipal de Saúde, Magno Sauter. Para o profissional, há uma clara escalada da violência no país: nos últimos dois anos foram registrados 24 ataques a escolas; antes disso, o Brasil havia registrado apenas 20 ocorrências em toda a história.

De acordo com Sauter, pesquisas mostram que em 87% dos casos os criminosos são jovens do sexo masculino, com idades entre 15 e 25 anos, que foram vítimas de bullying na infância. O perfil dos outros 13% é formado por homens que trabalham nos arredores ou na própria escola atacada.

Para a psicóloga Irma Lilian de Moura, que atua na rede pública municipal, a questão não pode ser simplificada, pois vários fatores colaboram para o aumento da violência. “Precisamos tomar cuidado para não estigmatizar a família, como se fosse a única responsável, assim como falar que o problema está só na escola. Existe um conjunto de fatores. É uma questão de entender como estão os jovens, o que eles passam, o que vivem”.

Estiveram presentes na reunião, além do Presidente da Comissão, vereador Sérgio Folha (PV), os vereadores Johny Santos (PMN), Professor Osmar (Podemos), Iran Soares (PSC), Celso Itiki (PSD), Felipe Variedade (Pros) e Edson Silva (Repub) (veja as fotos neste link).

A última reunião da Comissão Temporária de Assunto Relevante está marcada para a próxima quinta-feira, dia 29 de junho, às 10 horas, no Plenário da Câmara Municipal. A população pode acompanhar o debate pessoalmente ou ao vivo pela internet, na TV Câmara.

Criada por meio da Resolução nº 2/2023, em abril, a Comissão Temporária tem prazo de funcionamento de 90 dias. Sugestões para o combate à violência nas escolas podem ser enviadas diretamente ao grupo de trabalho pelo e-mail comissaorelevante@gmail.com.

Crédito das fotos: Câmara Municipal de Cotia