COM 11,9 MILHÕES DE DESEMPREGADOS, NOVO GOLPE: O DA VAGA FALSA

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Criminosos se aproveitam da vulnerabilidade de pessoas sem trabalho para aplicar golpes de vagas falsas. A ação se intensifica em um cenário com altas taxas de desemprego no Brasil. 

O Brasil tinha, em abril deste ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11,9 milhões de desempregados, correspondente a uma taxa de desemprego de 11,1%; tem 4,6 milhões de desalentados e 23,2% de subutilização.

O cenário é propicio a pessoas mal intencionadas, que aplicam golpes na população desesperada à procura de emprego.

De setembro de 2021 a fevereiro de 2022, de acordo com levantamento da empresa de segurança digital PSafe, foram detectadas 608 mil tentativas de golpes contra essa população.

De acordo com a Folha de S. Paulo, Emilio Simoni, chefe executivo de segurança dessa empresa, a prática tende a aumentar pela facilidade de aplicação de golpes no mundo virtual.

Simoni afirma que esses ataques podem acontecer com os chamados “phishings”, em que os criminosos “pescam” pessoas que buscam vaga no mercado de trabalho e acabam clicando em links ou baixando arquivos maliciosos. Os golpistas atraem as vítimas criando perfis falsos nas redes sociais e publicando o que seriam oportunidades de emprego.

Eles usam o nome de grandes empresas e colocam salário acima da média. Então, imagina uma pessoa que está procurando emprego: ela achou uma vaga com salário alto, sem exigir nenhuma qualificação e para começo imediato. Ela vai clicar no link e não vai pensar duas vezes porque está precisando daquele trabalho“, diz Simoni.

Para Erick Formaggio, líder de segurança da informação da Digital Business e diretor da Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais) do Rio Grande do Sul, as pessoas podem se expor aos golpistas com um simples comentário em rede social. Nas publicações de vagas de empregos, os interessados costumam perguntar particularidades relacionadas à empresa e os criminosos podem estar vigiando em busca de vítimas.

Essa estrutura de golpe é conhecida como engenharia social, em que criminosos induzem o usuário a revelar dados confidenciais.

“[É muito fácil] montar um perfil falso e falar sou recrutador, vi que você está interessada em uma vaga e gostei do seu perfil. Me envie aqui seus dados,  diz Formaggio.

Como justificava para fins cadastrais, o criminoso pede dados que incluem identificação, filiação, números de CPF e RG, além de currículos. Com as informações, o golpista tenta formular e descobrir senhas das vítimas.

De acordo com Simoni da PSafe, os golpes de falsos empregos são comuns em aplicativos de mensagens e redes sociais.

Além de dados pessoais, golpistas também tentam roubar as vítimas cobrando taxas de matrícula ou de inscrição em cursos que seriam exigidos no exercício da profissão.

COMO SE PROTEGER DOS GOLPES DE FALSOS EMPREGOS?

Evite guardar senhas nos navegadores de internet e não use a mesma senha para todas as suas contas;

Tenha um sistema de proteção contra vírus instalado no seu computador ou celular;

Fique atento a mensagens que contêm erros ortográficos ou gramaticais, que solicitam informações pessoais ou financeiras, e que tenham hiperlinks suspeitos;

Cuidado com vagas que peçam para você pagar por algum curso e vagas que possuem poucas informações na descrição;

Pesquise sobre a empresa que está oferecendo a vaga. Companhias de credibilidade terão informações na rede. 

Você pode também pesquisar por pessoas que trabalham nessas empresas para checar se ela realmente existe.