DIA INTERNACIONAL DA FLORESTA: COTIA É UM CORREDOR ECOLÓGICO

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Com previsão inclusive na Lei Complementar 325/2022, Cotia designou toda uma zona de desenvolvimento para estimular a preservação do meio ambiente e estabelecer o corredor ecológico entre a Reserva Florestal do Morro Grande e a Serra do Japi, em Jundiaí

No dia Internacional das Florestas, Cotia tem muito o que comemorar. Em seu território, está uma das grandes florestas urbanas – a Reserva Florestal do Morro Grande, já declarado Patrimônio da Humanidade, pela Lei Estadual 1.949/79, com área de 10.870 ha, tombada pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo em 1981, e incorporada à Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo  em 1994.

Existe um projeto especial para a criação do Corredor Ecológico Serra do Japi – Morro Grande, já que ambas são áreas de especial interesse para a biodiversidade, dentro de uma paisagem fragmentada. A serra do Japi é uma cadeia montanhosa localizada em Jundiaí – e sua riqueza e biodiversidade estão diretamente relacionado ao fato de que a Serra do Japi se localiza em uma região ecotonal, ou seja, uma região de encontro de dois tipos de florestas: a Mata Atlântica característica da Serra do Mar e a Mata Atlântica do interior paulista.

A região da Serra do Japi é área tombada pelo CONDEPHAAT (São Paulo 1983). 

CORREDOR ECOLÓGICO

“Corredor ecológico ou corredor de biodiversidade são áreas que unem os fragmentos florestais ou unidades de conservação separados por interferência humana, como por exemplo, estradas, agricultura, atividade madeireira.”

“O objetivo do corredor ecológico é permitir o livre deslocamento de animais, a dispersão de sementes e o aumento da cobertura vegetal. Ele reduz os efeitos da fragmentação dos ecossistemas ao promover a ligação entre diferentes áreas e permitir o fluxo gênico entre as espécies da fauna e flora. Esse trânsito permite a recolonização de áreas degradadas, em um movimento que de uma só vez concilia a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento ambiental na região.

O conceito surgiu durante os anos 90, em meio à debates na comunidade científica. Ele foi considerado como uma das principais estratégias a utilizar na conservação da biodiversidade. No Brasil, o conceito foi incorporado à legislação em 1993 pelo Decreto no 750, já revogado, que dispunha sobre “o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica”. Ali havia a proibição de “exploração de vegetação que tenha a função de (…) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou em estágio avançado e médio de regeneração”.

Hoje, a matéria está disposta na lei do SNUC que, através do art. 25, determina que “as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos”.

Os corredores são criados com base em estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida e a distribuição de suas populações. A partir das informações obtidas são estabelecidas as regras de utilização destas áreas, a fim de amenizar e ordenar os impactos ambientais das atividades humanas. Estas regras farão parte do plano de manejo da Unidade de Conservação à qual o corredor estiver associado.

Após os estudos, os corredores ecológicos só se tornam oficiais quando ganham reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente. Até o momento foram reconhecidos apenas dois corredores: o primeiro é o Corredor Capivara-Confusões, que conecta o Parque Nacional da Serra da Capivara ao Parque Nacional da Serra das Confusões. O segundo é o Corredor Caatinga, cujo área engloba 8 unidades de conservação entre os estados de Pernambuco, Bahia e Sergipe.

Além destes, hoje, existem outros 7 corredores ecológicos em fase de implementação ou estudo pelo Ibama. Cinco deles estão na Amazônia: Corredor Central da Amazônia, Corredor Norte da Amazônia, Corredor Oeste da Amazônia, Corredor Sul da Amazônia e Corredor dos Ecótonos Sul-amazônicos. Outros dois na Mata Atlântica: Corredor Central da Mata Atlântica e Corredor Sul da Mata Atlântica (ou Corredor da Serra do Mar).
Entretanto, com o propósito de testar e abordar diferentes condições nos dois biomas, o MMA decidiu concentrar seus esforços, inicialmente, no Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA) e o Corredor Central da Amazônia (CCA). (O que são Corredores Ecológicos | Unidades de Conservação no Brasil (socioambiental.org) – acesso em 21 de março de 2-022.

LEI MUNICIPAL

Cotia já tem embasamento legal para integrar o corredor ecológico Morro Grajnde – Serra do Japi.

Na Lei Complementar no 325, de 16 de março de 2022, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, Econômico e Social do Município de Cotia, o artigo 20 é taxativo ao determinar que:

Art. 20. Na Macrozona de Transição I – MTR-I, as ações têm como objetivo principal estimular a preservação do meio ambiente, conservando os maciços florestais existentes, a fim de estabelecer o corredor ecológico entre a Reserva Florestal do Morro Grande e a Serra do Japi, na cidade de Jundiaí.”

MINI-CORREDORES ECOLÓGICOS

Na verdade, toda Cotia se integra em áreas preservadas – infelizmente, nem tanto, porque muitas delas se degradaram ou foram extintas.

O Parque Cemucam, com 1.000.000 de metros quadrados, situado na região da Granja Viana, abriga enorme diversidade de animais e aves, que se deslocam dali para outros pontos de mata, até chegar à região do Morro Grande e de lá para outros locais.

Bem, o Corredor Ecológico Morro Grande – Serra do Japi já está no papel e até foi objeto de constituição de grupos de trabalho pelo Governo do Estado.

Falta sair do papel…

 

Assista a história do Sistema de Abastecimento da Sabesp em (116) 100 anos de história do Sistema Alto Cotia – YouTube

(Imagem: Prefeitura de Cotia/ Conteúdos de Grupo de Ongs da Região Metropolitana Oeste da Grande São Paulo.: Corredor Ecológico (oesteverdesp.blogspot.com)