EMPRESA QUE CRIAVA BEAGLES PARA TESTES É CONDENADA A PAGAR U$ 35 MILHÕES

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Empresa é de Cumberland, na Virgínia, Estados Unidos. Os animais pertenciam à ENVIGO, que os criava e os vendia para outras companhias, que usavam os cães em testes de laboratório. Resgate aconteceu em maio de 2022, quando 4.000 beagles foram resgatados

Em maio de 2022, 4 mil beagles foram resgatados de um criadouro em Cumberland, na Virgínia, nos Estados Unidos. Os animais, muitos deles filhotes, que tinham nascido ali mesmo, pertenciam à empresa Envigo, que os criava e os vendia para outras companhias que os usavam em testes de laboratórios

Na época, a operação foi considerada uma das maiores operações já realizadas pela organização Humane Society.

O resgate aconteceu após uma série de inspeções federais apontarem que mais de 70 violações de bem-estar animal ocorreram no local. 

Segundo o Departamento de Agricultura, mais de 300 filhotes de beagles morreram entre janeiro e julho de 2021 de causas desconhecidas.

Dois anos depois da operação, a Envigo fez um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA e irá pagar U$ 35 milhões, cerca de R$ 185 milhões, ao admitir que negligenciou milhares de cães e também poluiu águas. O valor é recorde nesse tipo de processo criminal.

A investigação revelou que não havia cuidados veterinários adequados, funcionários suficientes e condições de vida seguras para cães alojados nas instalações da Envigo.

Na decisão, a justiça determinou ainda que a empresa e o grupo a que ela pertence, o Inotiv, fiquem proibidos de criar ou comercializar animais no futuro.

“A Envigo promoveu uma cultura empresarial que priorizava o lucro e a conveniência em detrimento do cumprimento da lei. Esta abordagem insensível levou a consequências terríveis: o tratamento desumano dos animais e a contaminação dos nossos cursos de água”, afirmou Christopher Kavanaugh, procurador da Virgínia. “As sanções monetárias históricas e as medidas de conformidade significativas como parte destas confissões de culpa enviam uma mensagem clara: todas as empresas, em todos os setores, devem ter a conformidade e a responsabilidade corporativa como uma parte crítica do seu modelo de negócio.”

Mas parece que pelo menos um dos executivos que estava à frente da Envigo saiu da empresa e agora atua em outra companhia, que opera nesse mesmo nicho de mercado. Segundo uma denúncia feita pela Humane Society, ele agora é o CEO da Safer Human Medicine, envolvida na polêmica construção de um complexo que abrigará 30 mil macacos para testes na pequena cidade de Bainbridge, no estado do Georgia.

(Conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – Foto: reprodução Facebook Homeward Trails Animal Rescue)