FÉRIAS: CUIDADOS COM CRIANÇAS DEVEM SER REDOBRADOS
Especialistas do Vera Cruz Hospital dão dicas para que a temporada seja de diversão, sem nenhuma preocupação
Chegamos a mais uma temporada de férias! E haja imaginação para preencher o tempo da criançada… Viagens, brincadeiras na rua, programação cultural e esportiva, convívio com a família e muitas outras atividades podem ser idealizadas para o período.
Com isso, a atenção precisa ser redobrada nos mínimos detalhes: desde o uso de uma roupa guardada por muito tempo, passando pela alimentação, e até mesmo a inspeção para garantir que nenhum carrapato infectado com a bactéria transmissora da febre maculosa aproveite do momento de descontração.
Por isso, três especialistas do Vera Cruz Hospital dão dicas e orientam sobre os cuidados essenciais.
A médica pediatra Juliana Okuyama lembra que, além de roupas e calçados apropriados, brinquedos e itens de higiene pessoal, também é importante levar medicamentos de uso frequente, indicados pelo pediatra da criança. “É muito importante levar as medicações de uso de rotina prescritas pelo pediatra para controle de febre, dor, vômito e alergia, como uma eventual picada de inseto. Além das remédios de uso crônico, como, por exemplo, no caso de pacientes asmáticos”, recomenda.
Outro ponto importante é que, se o destino escolhido tiver o clima um pouco mais frio, nem sempre há o interesse em beber água. Por isso, é importante ofertar às crianças, de tempos em tempos, um copo de água ou suco natural, evitando a desidratação e mantendo o bom funcionamento do intestino e outros órgãos.
A alimentação também requer atenção especial. A dica da pediatra é evitar alimentos muito diferentes dos oferecidos na rotina da criança e evitar locais cujo preparo seja de higiene duvidosa, minimizando os riscos das doenças infectocontagiosas de transmissão oral-fecal.
O período também é propício para maior incidência de dermatites atópicas, que são as alergias na pele. A médica dermatologista Ana Paula Giovanetti explica que isso ocorre devido ao clima mais seco, maior frio, banhos mais quentes e até contato com peças guardadas no armário, como as lãs.
“Tanto as crianças quanto os adultos precisam hidratar adequadamente a pele, não demorar muito tempo no banho quente, não utilizar muito sabonete e bucha para não tirar a proteção natural da pele”, explica. “No caso das crianças menores, é bom evitar o contato de uma malha de lã diretamente com a pele, Portanto, vista por baixo uma blusinha de algodão, tipo segunda pele, pois as crianças têm uma sensibilidade maior ao desconforto e à sensação de pinicação, que pode levar a lesões na pele”, orienta.
Em relação a roupas guardadas, caso não seja possível lavar antes do uso, a dermatologista orienta que fiquem expostas ao sol. “Muitas vezes o pó ou cheiro de guardado podem causar irritações e processos alérgicos, pois as crianças, em geral, ainda estão desenvolvendo a imunidade”, destaca.
Segundo as especialistas, se o destino escolhido for uma região de praia e sol, o protetor solar indicado pelo pediatra é imprescindível e o ideal é evitar exposição entre 10h e 16h. Esses cuidados evitam as indesejáveis queimaduras.
Caso a temporada seja no campo ou áreas rurais, para evitar picadas de insetos, a dermatologista recomenda uso de repelentes indicados para a faixa etária de cada criança. E, como algumas regiões estão com surto de febre maculosa, não se pode descuidar do carrapato-estrela, que geralmente vive em cavalos, bois, capivaras e demais do gênero.
A médica infectologista Vera Rufeisen explica que, para que uma pessoa possa ser infectada pela bactéria da doença, o carrapato-estrela, contaminado, precisa ficar fixado ao corpo pelo período de pelo menos quatro horas. “O carrapato pode ser difícil de ser identificado, muitas vezes confundido com uma pinta na pele. Por isso, a cada duas horas é importante observar de forma detalhada todas as partes do corpo, principalmente dobras dos joelhos, braços, pescoço, barriga, virilha, axilas e costas”.
Caso ele seja identificado, ela recomenda o uso de uma pinça para a remoção, por meio de movimentos circulares suaves, ou o uso de bucha vegetal, caso seja muito pequeno. “Desta forma, evita-se o risco de o aparelho bucal do carrapato ficar na pele com a bactéria da febre maculosa”.
As roupas de tons claros e mangas longas merecem espaço maior na mala, já que facilitam a visualização do carrapato. Com relação aos calçados, a dica é usar botas de cano longo e, preferencialmente, colocar a barra da calça por dentro da meia, para, assim, garantir mais proteção.
(Conteúdo e foto Hospital Vera Cruz)