Girafa nasceu com problema congênito nas pernas dianteiras, que não lhe permitia dobrar as pernas, não conseguindo ficar em pé; tratamento inédito lhe restituiu mobilidade e hoje, três meses depois, vive normalmente
Msituni, que na língua africana suaíli significa “na floresta”, nasceu com um problema nas pernas dianteiras. A filhote de girafa tinha uma hiperextensão do carpo, osso equivalente ao do pulso humano, e com isso, não conseguia dobrar as pernas de maneira correta, tornando quase impossível que ela ficasse em pé ou andasse. Se nada fosse feito, o animal tinha pouquíssimo chances de sobreviver.
Mas graças a um tratamento inédito, feito pela equipe do San Diego Wildlife Alliance em parceria com uma clínica de próteses e órteses para seres humanos, Msituni recebeu um dispositivo ortopédico nas duas pernas para consertar a anomalia.
Os aparelhos ortopédicos com grafite de carbono foram feitos sob medida, usando moldes fundidos das pernas da panturrilha de Msituni. As órteses ganharam ainda uma estampa de “pele de girafa”.
Além do problema na perna, a filhote precisou usar também extensores de casco para corrigir a posição irregular de suas patas traseiras.
E agora, três meses após o início do tratamento, Msituni recebeu alta: as órteses foram removidas e suas pernas estão posicionadas corretamente. E para a felicidade da equipe, está ganhando peso e crescendo normalmente.
E agora convive normalmente ao lado de outras girafas e animais, numa área de 25 hectares.
“Estamos muito felizes por ter os recursos e a experiência para intervir e fornecer a esta jovem filhote a oportunidade de uma vida plena”, diz Matt Kinney, veterinário sênior do San Diego Zoo Safari Park. ““O nascimento de cada animal é um acontecimento precioso e a sobrevivência de Msituni diante de tantas adversidades a torna ainda mais notável”.
O San Diego Zoo Wildlife Alliance é uma organização não-governamental que trabalha pela conservação de diversas espécies de animais. Ao longo dos últimos anos, já foi responsável pela reintrodução de dezenas delas em seus habitats originais.
Estima-se que existam menos de 100 mil girafas na vida selvagem, uma redução de mais de 40% na população da espécie nas últimas duas décadas. Entre as principais causas para este declínio estão degradação e fragmentação de habitat e caça.
Suzana Camargo/conexaoplaneta.com.br/17/5/2022 – Fotos divulgação San Diego Zoo Wildlife Alliance
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