Levantamento da campanha Chega de Fogos 2024 mostra que quase 40% dos tutores do Brasil já perdeu um pet em decorrência dos rojões com estampido. Artifício prejudica também idosos, doentes e autistas; em Cotia, lei não é fiscalizada.
Com a chegada das festas de final de ano, a maior parte dos tutores de pet do Brasil começa a se preparar para uma certeza bastante temida: a dos fogos de artifício com estampido. Sinônimo de espetáculo em festas e comemorações, os tradicionais rojões podem provocar grandes malefícios e até danos para a saúde dos animais de estimação.
Por trás das celebrações, existe uma poluição sonora emitida pelos rojões com estampido capaz de estressar cães e gatos, levando a diversas reações, que podem culminar em fugas e acidentes, conforme aponta uma pesquisa realizada pela Petlove, maior ecossistema pet do Brasil, em parceria com o Instituto Caramelo.
O estudo, realizado com mais de 3 mil pessoas em âmbito nacional, entre os meses de novembro e dezembro, ilustra o real impacto dessa prática no bem-estar dos pets e faz parte da campanha “Chega de Fogos 2024”, que reforça a necessidade de conscientização sobre o tema.
Segundo os dados coletados, 39% dos entrevistados perderam ou conhecem alguém que perdeu os pets devido ao pânico causado pelo estampido dos fogos de artifício. O levantamento também evidencia que os rojões são uma preocupação para a maioria dos tutores, já que 82% deles indicaram que seus animais se assustam com o barulho, sendo as reações mais comuns se esconder (71%) ou ficar desorientado (60%).
O médico-veterinário da Petlove, Pedro Risolia, informa que os animais podem ter uma série de reações adversas em relação aos fogos.
“É muito comum vermos animais tremendo de medo, escondendo-se embaixo de móveis ou latindo sem parar. Alguns podem até tentar fugir, colocando-se em situações perigosas, como pular janelas ou correr para a rua, o que pode ocasionar acidentes, até fatais. Entre outras complicações, o estresse pode desencadear reações físicas, como taquicardia, respiração ofegante, vômitos ou diarreia”, explica o especialista.
Buscar o colo do tutor também está entre as principais reações dos pets (43%), de acordo com a pesquisa, assim como chorar (41%) e pedir carinho insistentemente (38%). Alguns pets também reagem lambendo compulsivamente (27%) ou ronronando (25%). O veterinário conta que os pets podem apresentar esses sinais pela sensibilidade auditiva, sendo capazes de ouvirem sons inaudíveis para os humanos. “Devido ao som alto e inesperado, os pets podem perceber os fogos de artifício como uma ameaça, principalmente os gatos, que possuem um instinto de proteção muito aguçado”, pontua.
Para prevenir tais manifestações, Risolia afirma que é preciso tomar alguns cuidados antes das comemorações. “É essencial criar um ambiente seguro e acolhedor para o pet. Preparar um cantinho da casa onde ele possa se sentir protegido, como um quarto mais isolado ou uma caixa de transporte com cobertores pode ajudar. Além disso, fechar as janelas e portas ajuda a abafar o som e reduzir fugas. Coloque uma música relaxante para mascarar os ruídos externos e oferecer distração. Deixar petiscos e brinquedos favoritos à disposição também podem auxiliar na variação de estímulos. Caso o medo seja muito intenso, é importante conversar com um veterinário de confiança para avaliar a necessidade de calmantes ou outras intervenções, sempre priorizando a segurança e o bem-estar do seu pet”, sugere o especialista.
O levantamento também evidenciou que a maioria dos tutores, (60%), acredita que a prática de soltar fogos deve ser permitida somente com rojões silenciosos ou totalmente proibida, (38%), o que pode significar uma crescente conscientização sobre os impactos negativos dos fogos de artifício no bem-estar dos pets.
Algumas regiões do Brasil já contam com uma legislação consciente em relação aos fogos, em São Paulo, por exemplo, já há uma lei que proíbe a soltura dos estampidos. No Rio, a Câmara aprovou, em outubro, um projeto de lei que determina multa para quem soltar fogos com ruído.
Além da pesquisa, a empresa também preparou um vídeo para ampliar o alcance da campanha e conscientizar as pessoas sobre os prejuízos dos fogos, a produção está sendo lançada nas redes sociais da Petlove. Também será lançada uma camiseta com a mensagem “Fogos de artifício? Tô fora! Pego meu pet e vou embora”, que será distribuída para embaixadores e personalidades parceiras da empresa, como @madaebica, @gatalunacatarina e @shiro_pit.
Assista o vídeo aqui: Instagram
COTIA: LEI NÃO É FISCALIZADA
Quem vive em Cotia nem percebe que existe uma legislação proibindo a soltura de fogos de artifício com estampido no município, infração sujeita a multa de R$ 2 mil.
A lei municipal 2070/2019, regulamentada pelo Decreto 8583/2019, proíbe a queima de fogos de estampidos e de artifícios, bem como qualquer artefato pirotécnico com efeito sonoro ruidoso. De acordo com a legislação, o desrespeito à lei acarreta multa de R$ 2 mil e o valor dobra em caso de reincidência.
Entre 2007 e 2017, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 5.620 internações e 1.612 atendimentos ambulatoriais em decorrência de acidentes provocados por queima de fogos de artifício. No mesmo período, foram anotados 96 mortes no Brasil. Em uma tentativa de contribuir com a redução desta estatística, a no texto da Lei de Cotia consta que a proibição alcança todo o município, locais abertos e fechados, sejam áreas públicas ou locais privados. Além disso, os prejuízos à fauna é subnotificado.
Quando da promulgação da lei, a Prefeitura justificou o prejuízo a animais que se assustam, se machucame até morrem quando escutam fotos, mas ainda há os acidentes que resultam em queimaduras, traumas auditivos e o impacto gigante em algumas pessoas como autistas.
A então coordenadora administrativa do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPS IJ), explicou que autistas têm uma hipersensibilidade auditiva. “O incômodo é maior para estas pessoas, até mesmo sons que passam despercebidos pela maioria, têm grande impacto para os autistas”, explicou Andreia que também é mãe de um autista e vivencia de perto este drama. “Os ruídos, pressões súbitas, estalos ou estouros, especialmente de fogos de artifício, geram medo, susto exacerbado, desespero, angústia e sobrecarga sensorial”, completou.
Em Cotia, a Secretaria de Meio Ambiente e Agropecuária é responsável pela fiscalização da Lei 2070/2019. A população pode denunciar por meio do número 153. A ligação é gratuita.
(Fonte: Petlove/PM Cotia. Imagem: PM de S. Francisco de Assis)
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