GOVERNO DE SP ANUNCIA PASSAGENS DE FAUNA EM RODOVIA

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Após atropelamentos de duas onças em uma semana, governo anuncia novas passagens de fauna em rodovia que corta o Parque Morro do Diabo

Com quase 34 mil hectares de área de Mata Atlântica, o Parque Estadual Morro do Diabo fica localizado no município de Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do estado de São Paulo.

 Essa Unidade de Conservação possui a maior reserva de peroba-rosa do país e abriga ainda diversas espécies da fauna, como antas, queixadas, bugios, pumas e onças-pintadas. Também é o lar da maior população livre do mico-leão-preto, uma espécie de primata entre as mais ameaçadas do planeta.

Todavia, recentemente, a segurança dos animais se tornou alvo de preocupação de especialistas. 

No período de somente uma semana, duas onças-pintadas, entre elas um filhote de apenas 9 meses de idade, foram vítimas de atropelamento na Rodovia Arlindo Béttio (SP-613), que corta o Parque do Diabo.

A onça-pintada (Panthera onca) é a maior espécie de felino das Américas e a terceira maior do mundo. 

Num passado distante ela era observada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte argentino, mas acabou desaparecendo de muitos desses lugares. Por isso mesmo, é considerada ameaçada de extinção.

Para evitar que novos acidentes como estes aconteçam, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo anunciou há poucos dias um investimento de R$ 23 milhões no entorno do parque e ao longo da rodovia.

Segundo o comunicado divulgado pelo governo, entrarão em operação quatro novos radares de velocidade, além dos dois já existentes, na rodovia SP-613), e serão construídas três novas passagens de fauna. 

Também serão implantados 30 km de cercas de segurança ao longo da via e outros 10 km na Estação Ecológica do Mico-Leão-Preto.

O Parque Estadual Morro do Diabo é base científica de pesquisa para o Programa Monitora BioSP, da Fundação Florestal. 

Os estudos realizados ali “fornecem subsídios para a tomada de decisões, não apenas para a proteção de espécies e conservação da biodiversidade, mas também para a implementação de ações relacionadas ao aumento da cobertura vegetal e à redução da fragmentação das paisagens. Isso contribui para ampliar os serviços ecossistêmicos e ambientais das unidades de conservação e das zonas de amortecimento”.

(Conexão Planeta – 7 de junho de 2023 –  Suzana Camargo – Foto: Fundação Florestal)