Denominação faz homenagem a avião de Santos Dumont, que voou após o 14-Bis, em 1906. Pesquisadores agora denominam de “Demoiselle” libélula descoberta na Mata Atlântica.
Um ano após o voo histórico do 14 Bis, em Paris, em 1906, Alberto Santos Dumont apresentou ao mundo o Demoiselle (donzela, em francês), um modelo de avião menor, e que pesava apenas 56 kg. Pois agora, mais de um século depois, pesquisadores decidiram homenagear o inventor brasileiro e uma de suas aeronaves ao nomear uma libélula, descoberta na Mata Atlântica, com o nome científico de Cyanallagma demoiselle. Não por acaso, o Demoiselle de Dumont também era conhecido como Libellule, libélula em francês. “O que fizemos, de certa forma, foi homenagear com o nome de uma libélula a homenagem de Santos Dumont às próprias libélulas”, diz Emanuella Denck, bolsista de iniciação científica e autora principal do artigo científico em que pesquisadores do Laboratório de Sistemática de Insetos Aquáticos (Labsia) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) descrevem a nova espécie. Eles explicam que, na verdade, essa libélula encontrada em áreas de restinga do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no extremo sul de São Paulo, é chamada de donzelinha no Brasil, já que é um inseto que faz parte da mesma ordem das libélulas (Odonata), mas em uma subordem com características físicas mais delicadas. A nova espécie apresenta asas com membrana translúcida, sem pigmentos, permitindo assim a passagem de luz, e que, para os pesquisadores, se assemelham às asas armadas com nervuras de bambu do Demoiselle. Já os machos têm cor azul-esverdeado no macho e nas fêmeas o verde é predominante. “Chamou a atenção que ela apresenta estruturas muito similares às de outras espécies, mas de forma misturada”, destaca Emanuella. Cyanallagma demoiselle já é a terceira espécie de libélula encontrada no Parque da Ilha do Cardoso e algumas delas são endêmicas da região, ou seja, até hoje, só foram observadas ali. Libélulas são importantes indicadoras da saúde de seus ecossistemas e desempenham um papel essencial de controle de outras populações, ao se alimentar de girinos, peixes juvenis e até outros insetos. Apesar da aparência delicada, elas podem atingir cerca de 80 km/h e se manter no ar por aproximadamente 5 horas diárias. (Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – 30/10/24 – Com informações e entrevitas contidas no texto de divulgação do site Ciências UFPR – Imagem da libélula: Labsia UFPR/Acervo – Foto do Demoiselle – Registro de um dos voos – Public Domain via Wikimedia) |
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