MIAMI SEAQUARIUM É NOTIFICADO PARA DESOCUPAR LOCAL

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Após denúncias de violações de bem-estar animal, a famosa atração turística da Flórida (EUA) terá até o dia 21 de abril para deixar o local. Motivo: denúncias de violações de bem-estar e mortes de diversos animais – como Lolita, a orca tirada filhote da natureza e explorada por mais de 50 anos ali.

Num passado bem distante, o Miami Seaquarium foi uma famosa atração turística da Flórida, nos Estados Unidos.

Mas nos últimos anos esse zoológico e aquário se tornou mais conhecido pelas denúncias de violações de bem-estar e mortes de diversos animais – como Lolita, a orca tirada filhote da natureza e explorada por mais de 50 anos ali. 

Mais recentemente uma campanha conseguiu fazer com que após 60 anos em cativeiro, os peixes-bois Romeo e Juliet fossem transferidos para outro local, pois viviam solitários e em péssimas condições.

Pois depois de diversas fiscalizações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ao Miami Seaquarium e a identificação de muitas infrações, o Condado de Miami-Dade, onde fica situado o empreendimento, decidiu rescindir a locação da propriedade.

Segundo informações divulgadas pela Proteção Animal Mundial, o aquário, que é de propriedade da Dolphin Company, tem até o dia 21 de abril de 2024 para desocupar o local.

“O longo e preocupante histórico do locatário constitui violações repetidas e de longa data das  obrigações contratuais,  que deve manter a propriedade em bom estado de conservação e manter os animais de acordo com a legislação aplicável”, afirmou Jimmy Morales, diretor de Operações da prefeitura de Miami-Dade em uma nota.

Outro motivo que deve ter acelerado a rescisão de contrato por parte do condado foi que a única veterinária do Miami Seaquarium pediu demissão na semana passada, após a perda de um certificado que garantia o funcionamento do aquário. A profissional era responsável por cuidar, sozinha, de 46 mamíferos marinhos, 50 aves e centenas de peixes, tubarões e raias.

“Não recomendamos nenhum tipo de atividade turística que envolva animais em cativeiro ou condicionados por oferta de alimento. As atividades com animais só devem ser feitas se for de observação em vida livre”, diz Júlia Trevisan, coordenadora de Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial, no Brasil. 

“Casos como o do Miami Seaquarium são uma boa oportunidade para conscientizar o público sobre o que está por trás das cenas na maioria das vezes. Animais confinados fora do seu habitat natural e treinados para fazer acrobacias, como é o caso desses shows aquáticos, estão em sofrimento e sendo explorados para beneficiar uma indústria milionária. Animais em cativeiro são parte de um negócio e o turista que é consciente não contribui para isso”.

O Miami Seaquarium pode entrar na justiça para recorrer da ordem de desocupação. O condado ainda não informou sobre o destino dos animais.

“Aplaudimos a prefeita Daniella Levine Cava pela sua decisão de rescindir o contrato de locação do Miami Seaquarium, encerrando quase 70 anos de crueldade contra os animais no local. Este importante passo só foi possível graças aos inúmeros defensores que assinaram petições, enviaram cartas e protestaram fora do local durante mais de uma década. Esperamos que outras jurisdições sigam o exemplo e ajudem a acabar com esta indústria cruel”, destacou Nicole Barrantes, gerente de Campanhas de Vida Silvestre do Proteção Animal Mundial dos Estados Unidos. 

(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – 8 de março de 2024 – Suzana Camartgo – Foto: Kerry Loggins/Creative Commons/Flickr)