MILTON GONÇALVES, MITO DA TEVÊ BRASILEIRA, MORRE AOS 88 ANOS
Segundo a família, ator e diretor morreu em casa, por consequências de problemas de saúde decorrentes de um AVC sofrido em 2020. Conhecido por trabalhos em ‘O bem-amado’, ‘Pecado capital’ e ‘Sinhá Moça’, artista venceu preconceitos e lutou pelo reconhecimento dos negros.
O ator e diretor Milton Gonçalves morreu aos 88 anos no Rio de Janeiro, em decorrência de problemas advindos de um AVC sofrido em 2020 (o ator ficou três mês internados e precisou de aparelhos para respirar).
O velório acontecerá a partir das 9h30 desta terça-feira (31) no Theatro Municipal, no Centro do Rio. A cerimônia será aberta ao público. Às 13h, o corpo do ator segue para o Cemitério do Caju, onde será cremado.
Milton ficou conhecido por trabalhos marcantes, principalmente em novelas, como “O bem-amado” (1973) e as primeiras versões de “Pecado capital” (1975) e “Sinhá Moça” (1986). Tinha maisde 60 anos de carreira, tendo vencido preconceitos e lutado pelo reconhecimento do trabalho dos negros.
Foi integrante do primeiro elenco de atores da TV Globo, onde fez mais de 40 novelas, tendo ainda estrelado programas humorísticos, minisséries e outras produções de sucesso, como as primeiras versões de “Irmãos Coragem” (1970), “A grande família” (1972) e “Escrava Isaura” (1976). Também se destacou em “Carga Pesada” (1979) e “Caso verdade” (1982-1986).
No ramake da novela “Sinhá Moça” (2006), repetiu o personagem Pai José que tinha feito na versão original e, desta vez, conseguiu indicação para o prêmio de melhor ator no Emmy Internacional. Na cerimônia, apresentou o prêmio de melhor programa infanto-juvenil ao lado da atriz americana Susan Sarandon. Foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento.
Sua última novela foi “O tempo não para” (2018), no papel de Eliseu, um catador de materiais recicláveis. Depois, esteve na minissérie “Se eu fechar os olhos agora” (2019), inspirada na obra homônima de Edney Silvestre, e interpretou o aposentado Orlando, que com a ajuda da neta se tornava Papai Noel no especial de Natal “Juntos a magia acontece” (2019).
Ao longo dos anos, Milton vida a inúmeros personagens marcantes, como o Professor Leão, do infantil “Vila Sésamo” (1972); o médico Percival, de “Pecado capital” (1975); o Filé, da primeira versão de “Gabriela” (1975); e o promotor Lourival Prata, de “Roque Santeiro” (1985).
Trabalhou nas minisséries como “Tenda dos Milagres” (1985), “As noivas de Copacabana” (1992), “Agosto” (1993) e “Chiquinha Gonzaga” (1999).
No cinema, Milton Gonçalves estrelou mais de 50 filmes, como “Cinco vezes favela” (1962), “Gimba, presidente dos Valentes” (1963), “A rainha Diaba” (1974), “O beijo da mulher aranha” (1985), “O Que é isso, companheiro?” (1997) e “Carandiru” (2003).
LUTA PELOS NEGROS
Milton destacou-se ainda pela luta em prol do reconhecimento do trabalho dos negros, contra o preconceito que sempre permeou o meio artístico com relação aos negros.
Na política, o ator também teve importante militância. Simpatizante do Partido Comunista Brasileiro na juventude, chegou a se candidatar ao governo do Rio de Janeiro em 1994, pelo PMDB.
Sua experiência no universo da política o ajudou a compor o personagem Romildo Rossi, um político corrupto, em “A Favorita” (2008), de João Emanuel Carneiro.
(Fonte: Rede Globo/Divulgação)
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