MMA ATUALIZA LISTA DAS ESPÉCIES BRASILEIRAS EM RISCO DE EXTINÇÃO

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140 espécies saíram da lista este ano e 220 espécies tiveram melhora em seu estado de conservação, indo para categorias de menor risco que 2014; tartaruga-verde deixou de ser considerada ameaçada
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou esta semana a atualização da Lista Oficial das Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção. Ao todo, foram avaliadas 5.353 espécies da flora e 8.537 da fauna. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é responsável pela avaliação do risco de extinção da fauna, enquanto o Jardim Botânico do Rio de Janeiro pela análise relacionada à flora. E há boas e más notícias a serem compartilhadas. Vamos começar pelas positivas.
Cento e quarenta e quatro espécies de animais saíram da lista este ano e 220 espécies tiveram melhora em seu estado de conservação, indo para categorias de menor risco do que estavam em 2014, quando foi realizada a última avaliação.
Um exemplo de animais que apresentaram recuperação de suas população são as tartarugas marinhas. Quatro das cinco espécies observadas no Brasil melhoraram seu estado de conservação.
A tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), que estava na categoria “Criticamente Em Perigo”, a mais ameaçada antes da extinção, agora é considerada “Em Perigo”.
Já a tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e a cabeçuda (Caretta caretta) saíram de “Em Perigo” para “Vulnerável”.
Por último, a tartaruga-verde (Chelonia mydas), que aparece na imagem desta reportagem, deixou de fazer parte da lista de espécies ameaçadas mas ainda requer atenção e depende de ações de proteção.
A única tartaruga-marinha que continua preocupando muito os biólogos é a tartaruga-gigante (Dermochelys coriacea), que ainda permanece como “Criticamente Em Perigo”, um passo antes de ser declarada oficialmente extinta na natureza.
Ao todo, 1.249 espécies da fauna foram consideradas ameaçadas: 465 estão na categoria Vulnerável (VU); 425 na categoria Em Perigo (EN), 358 estão Criticamente em Perigo (CR) e uma está extinta na natureza, o que nos leva às más notícias.
O animal que não é mais encontrado na natureza é um anfíbio, a perereca-gladiadora-de-sino (Boana cymbalum).
Outra espécie da mesma família também gera muita preocupação: a perereca-buriti (Boana buriti), endêmica do Cerrado, que saiu do status de “Pouco Preocupante” para a categoria “Vulnerável”.
Também há um alerta ligado para uma uma nova espécie de boto-cor-de-rosa do Araguaia (Inia araguaiaensis), descrito há poucos anos, mas já ameaçado.

No total, agora em 2022, 219 novas espécies e subespécies da fauna entraram pela primeira vez na lista, entretanto, o ICMBio ressalta que houve uma mudança na metodologia.
E a partir de agora, a análise será feita anualmente. “Essa mudança de estratégia permitirá que a lista reflita resultados mais atuais, com menor diferença de tempo entre a avaliação do risco de extinção de uma espécie e sua aplicação nas políticas públicas de conservação da biodiversidade”, afirma o órgão.
Vale lembrar ainda que a melhora nos resultados de algumas espécies é resultado direto das ações e estratégias de conservação desenvolvidas em parceria entre governos e organizações da sociedade civil que trabalham na área ambiental, como é o caso, por exemplo, do Projeto Tamar, que há décadas atua no Brasil pela preservação das tartarugas marinhas.
Espécies da fauna ameaçadas
– 291 de peixes continentais;
– 275 de invertebrados terrestres;
– 257 de aves;
– 102 de mamíferos;
– 97 de invertebrados aquáticos;
– 97 de peixes marinhos;
– 71 de répteis;
– 59 de anfíbios
Veja a lista completa das espécies ameaçadas aqui: PORTARIA MMA Nº 148, DE 7 DE JUNHO DE 2022 – PORTARIA MMA Nº 148, DE 7 DE JUNHO DE 2022 – DOU – Imprensa Nacional (in.gov.br)

Com conteúdo de conexaoplaneta.com.br/ Suzana Camargo