MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL: DESAFIOS PERSISTENTES E CAMINHOS PARA A REDUÇÃO

Amanhã, 28 de maio, serão relembrados o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna.
As estatísticas são ruins, contudo. No mundo todo, 300 mil mulheres morrem anualmente em decorrências de problemas na gravidez ou no parto.
A luta deveria ser prioridade para garantir a saúde e a vida das mulheres durante a gestação, o parto e o puerpério. Apesar dos avanços nas últimas décadas, a mortalidade materna continua sendo um desafio significativo para o sistema de saúde brasileiro.
Panorama Nacional
A razão de mortalidade materna (RMM) no Brasil tem apresentado variações ao longo dos anos. Em 2019, a RMM era de 55,31 óbitos por 100 mil nascidos vivos, aumentando para 71,97 em 2020 e atingindo 107,53 em 2021, influenciada pela pandemia de COVID-19. Em 2022, houve uma redução para 50,65, e em 2023, os dados preliminares indicam 49,08 mortes por 100 mil nascidos vivos.
Esses números ainda estão acima da meta estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que propõem reduzir a RMM para, no máximo, 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030
Desigualdades Regionais e Raciais
As taxas de mortalidade materna variam significativamente entre as regiões brasileiras. A Região Norte apresentou a média mais elevada, com 72,47 óbitos por 100 mil nascidos vivos, seguida pela Região Nordeste, com 69,27.
Além das disparidades regionais, há também desigualdades raciais. Em 2022, a RMM entre mulheres pretas foi de 110,6 por 100 mil nascidos vivos, quase o dobro da média nacional de 57,7.
Causas e Prevenção
As principais causas de mortalidade materna incluem complicações hipertensivas, hemorragias, infecções e abortos inseguros. Muitas dessas mortes são evitáveis com acesso adequado a serviços de saúde de qualidade, acompanhamento pré-natal eficaz e atendimento obstétrico emergencial.
Em 2024, o Governo Federal lançou a Rede Alyne, uma estratégia para reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027. A iniciativa visa reestruturar a assistência à saúde materna, integrando maternidades e equipes de Saúde da Família, além de ampliar o Complexo Regulatório do SUS com foco em obstetrícia.
Situação em Cotia, SP
Em Cotia, em 2020 foi registrada a menor taxa de mortalidade infantil dos últimos dez anos, com 6,1 óbitos por mil nascidos vivos. Embora esse dado se refira à mortalidade infantil, ele sugere avanços na atenção à saúde materna e neonatal.
Conclusão
A redução da mortalidade materna no Brasil requer esforços contínuos para garantir acesso equitativo a serviços de saúde de qualidade, especialmente para populações vulneráveis. Investimentos em infraestrutura, capacitação de profissionais de saúde e políticas públicas eficazes são essenciais para alcançar as metas estabelecidas e assegurar que nenhuma mulher perca a vida por causas evitáveis durante a gestação e o parto.
Nota: Os dados apresentados são baseados em informações disponíveis até 2023. Para dados mais recentes ou específicos, recomenda-se consultar fontes oficiais como o Ministério da Saúde e os órgãos de saúde locais.
(Da redação. Imagem: Hospital das Clínicas de R.Preto – USP)
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