NOVA ESPÉCIE DE PEIXE DAS NUVENS GANHA O NOME DE MARIA BONITA

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 Espécie foi descoberta no Rio Grande do Norte; peixes das nuvens dependem de água do céu – chuva – para sobreviver, possuindo um ciclo de vida muito curto, crescendo e se reproduzindo em poças temporárias onde vivem; quando secam, eles morrem.

Maria Gomes de Oliveira, ou Maria Bonita, como todos nós passamos a conhecê-la, virou uma lenda do cangaço brasileiro. Corajosa e destemida, ela foi a companheira de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. 

Agora essa figura feminina lendária também ficará eternizada através da biologia ao dar nome a um novo peixe das nuvens, descoberto no Rio Grande do Norte, o Hypsolebias Maria.

Peixes das nuvens ou ainda, peixes da chuva, são chamados assim popularmente porque dependem da água que cai do céu para sobreviver. Eles possuem um ciclo de vida bastante curto. Em poucos meses nascem, crescem e se reproduzem em poças temporárias onde vivem. Depois que elas secam, eles morrem.

Todavia, antes de perderem a vida, durante o período da reprodução, esses peixes enterram seus ovos no fundo da poça, que ficam lá até as próximas chuvas, quando finalmente eclodem. No imaginário popular a origem desses animais se dá a partir das nuvens.

O Hypsolebias Maria foi encontrado em cavernas do Parque Nacional da Furna Feia, localizado em Baraúna, no bioma Caatinga, na área da bacia do rio Apodi-Mossoró.

O macho da espécie é bastante colorido, com tons de azul no corpo e na cauda, e detalhes de laranja nas nadadeira. Já a fêmea apresenta uma coloração mais discreta e clara.

A descoberta dessa e de uma outra nova espécie se deu durante estudos de campos realizados por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com a colaboração de cientistas da Universidade Federal da Paraíba, do ICMBio/Cecav e do Instituto Tecnológico Vale.

O outro peixe das nuvens descrito foi o Hypsolebias gongobira, que ocorre na bacia do rio Pacoti, no Ceará. Seu nome científico homenageia uma divindade africana que teria povoado as lagoas com peixes coloridos.

Infelizmente, ambas as espécies já são consideradas ameaçadas de extinção, devido à expansão rural e urbana na região onde existem.

Estima-se que sejam cerca de 120 espécies de peixes das nuvens conhecidas atualmente na Caatinga.

O macho do Hypsolebias gongobira é mais alaranjado e com pontinhos brancos

(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – 31 de dezembro de 2023  – Suzana Camargo – Foto: Yuri Abrantes)