NOVA RAPOSO: MORADORES DA CAPITAL RECLAMAM DE AMPLIAÇÃO E PEDÁGIOS

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Moradores da zona oeste da Capital, por onde passa a Raposo Tavares, resistem à implantação de novas pistas e de pedágio urbano, previstos no projeto apresentado pela ARTESP

O jornal Folha de S. Paulo do dia 24 de abril publicou matéria informando que a proposta do Governador Tarcísio de Freitas para desafogar a Raposo Tavares está encontrando resistência de moradores do entorno da Capital, na zona oeste.

É que o alargamento do trecho urbano da rodovia prevê pistas sobre áreas residenciais, empresas, vegetação e zonas de proteção ambiental nos bairros do Butantã, Jardim Bonfiglioli e arredores.

Com isso moradores já integram movimentos organizados, que fazem oposição ao plano do governo estadual, pelo impacto da remoção de centenas de árvores, desapropriações em massa e aumento do custo de vida pela implantação de pedágios urbanos, com piora no trânsito. São pelo menos 80 associações de bairro, coletivos de ambientalistas e empresas locais.

O jornal destacou ainda que a Raposo é ladeada por bairros predominante ou exclusivamente residenciais, além de duas zonas de proteção ambiental, garantidas pelo Plano Diretor e Lei de Zoneamento Paulista – um deles é o Parque Previdência, com mais de 90 mil metros quadrados, com playground, viveiros e construções na área próxima à rodovia.

No trecho entre a capital e o rodoanel ainda há outras zonas residenciais, duas áreas de proteção ambiental e dezenas de estabelecimentos comerciais, inclusive um shopping, prédios de apartamentos e favelas.

De acordo com especialista ouvida pelo jornal, o problema não é a estrada, mas o local onde ela termina, principalmente a ponte Eusébio Matoso e Marginal Pinheiros, que já são congestionadas. Pode-se ampliar as pistas, mas ao chegar no acesso ao centro expandido da capital, haverá sempre esse gargalo.

Outro ponto a que os moradores se apegam para barrar o avanço da proposta é o baixo número de audiências públicas, pegando os interessados de surpresa. Mas o governo estadual afirma que o projeto teve mais de 30 dias de consulta pública, e que as questões relativas ao meio ambiente e à mobilidade urbana serão tratadas oportunamente, pelos órgãos competentes, em nível estadual e municipal.

TRECHO DE COTIA

O trecho da Raposo que atravessa o município de Cotia também está recebendo críticas, principalmente do Legislativo Municipal. O vereador Sérgio Folha (PL) apresentou sugestões à ARTESP, onde critica a implantação do pedágio urbano. 

Na visão do vereador, encaminhada à ARTESP, o cotiano terá que pagar para rodar dentro da própria cidade e a implantação de marginais, se não for bem estudada, acarretará fuga dos pedágios a serem implantados, acarretando congestionamentos e lentidão nas pistas locais – o trânsito simplesmente desviaria da via expressa para as marginais.

Para Folha, existe um projeto aprovado pelo D.E.R. e que foi inclusive licitado, mas paralisado pela atual gestão governamental, que prevê intervenções menores entre os kms. 21 a 30 da Raposo. Para o vereador, essas intervenções já reduziria muito o tráfego, porque prevê alças interligando os bairros nesse trecho. “Cotia foi dividida em duas metades e os cidadãos de cada lado, para chegar ao outro, tem que pegar a rodovia, que hoje é uma grande avenida, não podendo ser tratada num projeto simplista e que tem de ser melhor estudado”.

(Da redação. Foto Via Trólebus)