Precisamos parar de usar combustíveis fósseis, porém investimentos de trilhões estão sendo feitos para ampliar sua extração e queima
Parece que sim, e o mundo também!
Parece que a maioria enlouqueceu em razão da complexidade e dificuldade dos problemas que nos afligem. Podemos tentar resolvê-los, ou seguir agravando-os. Só a loucura coletiva, baseada no orgulho, na inveja, na ambição e noutros “pecados”, explica escolhermos esta última direção, ao repetirmos passos que, no passado, ajudaram a criar os problemas que hoje enfrentamos. Afinal, uma das características da loucura é repetir as mesmas ações e esperar resultados diferentes…
São tantos e tão desafiadores os nossos problemas que há que resumi-los, combinando-os em dois, ambos multifacetados e interligados: a degradação humana e a degradação ambiental.
Há ideias e exemplos disponíveis para enfrentá-los, alguns surpreendentes e acessíveis. Mas muitos governos, empresas, universidades e “formadores de opinião” insistem na trilha oposta.
Embora sejam de grande relevância e impacto, os bons exemplos disponíveis não bastam; para termos chances de reverter as duas degradações precisamos de muita imaginação, diálogo, experimentação, cooperação, conhecimento, pesquisa e, conjugando todos estes, foco, muito foco naqueles objetivos.
Precisamos parar de usar combustíveis fósseis, porém investimentos de trilhões estão sendo feitos para ampliar sua extração e queima; precisamos transferir a aplicação de recursos de armas para bem estar social, mas governantes criam a “necessidade” de elevar gastos em defesa, e os membros da OTAN se comprometem a fazê-lo; precisamos de menos lixo, e muitos defendem maiores vendas e, pois, descarte; precisamos ordenar a ocupação e uso do solo para minimizar enchentes e secas, mas a lógica do solo mercadoria persiste; precisamos diálogo e cooperação, e os dirigentes de cá demonizam os de lá, e vice versa, sem que haja anjos entre eles; precisamos reduzir as desigualdades para que todos tenham dignidade mas evitam-se as necessárias correções de rumo.
Há muitas ideias, mas falta foco na reversão das citadas degradações.
Precisamos também ser mais humildes e aprender com nossos colegas, animais de outras espécies!
Importante trabalho publicado na revista do Fundo Monetário Internacional mostra a surpreendente importância da proteção às baleias como estratégia para mitigar as mudanças climáticas. Em resumo, mostra que uma baleia “sequestra” mais CO2 que milhares de árvores, além de, por alimentar, com seus excrementos, o fito plâncton – produtor de oxigênio –, elevar a oferta deste gás em nossa atmosfera! Não obstante, sua população está reduzida a menos de ¼ do que era antes da caça retratada no Moby Dick, e o extermínio continua! Entre as dificuldades para protegê-las o artigo cita obter fundos para tal. Não obstante, nossos “líderes” preferem ampliar seus orçamentos militares, esperando resultados diferentes da repetição das mesmas ações.
como superar tal loucura? Trocando de “líderes”! Como fazê-lo?
(Por Eduardo Fernandez, 31 de agosto – 2022)
Acesse o artigo publicado no Metrópoles:
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