PISO DA ENFERMAGEM: MEDIDA QUE GARANTE PAGAMENTO SERÁ PUBLICADA ATÉ MARÇO.

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 Texto elaborado por grupo de trabalho está em avaliação pelo Ministério da Saúde e Casa Civil e define que  o salário mínimo para a categoria será custeado pelo superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social.

Uma minuta da medida provisória (MP) que vai regulamentar a fonte de pagamento do Piso Nacional da Enfermagem está em avaliação pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. 

O texto foi concluído na quinta-feira (2/02) e também está sendo avaliado pela Casa Civil. Com isso, a expectativa das entidades que fazem parte de um grupo de trabalho que estuda a proposta técnica para levar a estados, municípios e entidades filantrópicas é de aprovação ainda neste mês e assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor. A expectativa é de publicação da MP até o final de fevereiro ou início de março.

A publicação da MP — que precisará ser aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado em até 60 dias após a publicação para não perder validade — é o último passo para suspender decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou o pagamento imediato. A partir do momento em que a liminar for suspensa, o piso terá de ser pago.

No fim de dezembro, o Congresso Nacional promulgou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Enfermagem, que direciona recursos para o pagamento do piso salarial para a categoria.

O texto define que o salário mínimo para a categoria será custeado pelo superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social. Os recursos serão utilizados para pagar os novos vencimentos no setor público, nas entidades filantrópicas e de prestadores de serviço que tenham um mínimo de 60% de atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) lançou nota na qual lamenta que as prefeituras não tenham sido incluídas nos debates sobre o financiamento do piso salarial, considerando que são os entes mais impactados pela medida. Estimativas da entidade apontam que os municípios são responsáveis pela vinculação de 42% desses profissionais. A projeção é de um impacto financeiro de R$ 10,5 bilhões para as prefeituras somente em 2023.

O deputado federal Mauro Benevides (PDT-CE), que faz parte do grupo de trabalho no Ministério da Saúde, ressalta que as prefeituras terão tempo para incluir o custo na folha de pagamento. A emenda prevê remanejamento dos recursos durante os próximos 10 anos. “Não haverá impacto nenhum na folha de pagamento, somente daqui a 11 anos. Estabelecida a regulamentação, o congresso poderá fazer algum aprimoramento eventual à MP”, explica Benevides.

De acordo com Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos em Saúde (CNSaúde), que moveu a ação direta de inconstitucionalidade para barrar o pagamento do piso, a emenda constitucional promulgada pelo Congresso ainda é insuficiente para resolver o problema. A entidade diz que há grave risco de demissões e descontinuidade de serviços, com a obrigatoriedade do piso. “Sabemos que medida provisória só se presta a matérias de urgência, conforme prevê a Constituição, e piso salarial certamente não se encaixa nessa hipótese”, ressalta o diretor jurídico da CNSaúde, Marcos Vinícius Otoni.

A entidade considera fundamental, para que o piso seja efetivado de forma sustentável, a aprovação do projeto de lei que prevê a desoneração da folha de pagamento. O texto pode entrar na pauta do congresso ainda no primeiro semestre de 2023. (Fonte: Coren)