Sistemas operacionais vêm desenvolvendo novos recursos de privacidade para diminuir o rastreamento do usuário; descubra, a seguir, como você pode se proteger
Em grande parte das vezes, ao usar um aplicativo, seja Android ou iPhone (iOS) o programa solicita acesso à sua localização.
Em alguns casos, a informação é essencial para o funcionamento do app, enquanto em outros os dados podem ser usados para fins comerciais, como publicidade direcionada. A permissão cedida pode eventualmente soar como invasiva para os usuários, já que possibilita aos apps acompanhar e coletar informações sobre seu deslocamento.
Isso pode representar perigo em casos de vazamentos de dados, por exemplo. Para se manter seguro, a seguir, veja por que aplicativos podem te localizar e como se proteger. As informações foram colhidas no site techtudo.com.br.
O que é e como funciona o recurso de rastreamento de localização?
O recurso de rastreamento permite aos aplicativos acessar o local do celular e, dessa forma, saber onde o usuário está quando estiver com o dispositivo em mãos.
Ao abrir um app instalado pela primeira vez, é comum aparecer na tela uma solicitação de acesso a alguns serviços do smartphone – entre eles, a localização. Se o usuário aceitar o pedido, o app, então, pode coletar informações do local em que está o seu aparelho. Sites de navegadores também costumam requisitar isso.
A ferramenta funciona de algumas formas diferentes, como por GPS, por exemplo. Nesse caso, o rastreamento ocorre a partir de satélites, que enviam sinais aos receptores para calcular a posição exata do celular.
Outra maneira do app acompanhar a localização é pelo endereço IP, um número de identificação que permite a comunicação entre celulares em uma rede. Por meio desse dado, apps e serviços podem saber onde o usuário está.
O rastreamento de localização ainda pode ser feito por geotags, que são como “etiquetas” e estão presentes em fotos, vídeos ou postagens na rede social – como a figurinha de localização do Instagram, por exemplo.
Além disso, vale ressaltar que o recurso de rastreamento também pode estar incorporado em imagens, que têm pequenas parcelas de seus pixels “lidas” e entendidas em sua localização, em um processo que ocorre via inteligência artificial.
Quais apps utilizam esses dados e para que serve o recurso?
O rastreamento de localização é essencial para o funcionamento de alguns aplicativos, como de rotas, transporte, relacionamento, clima e atividade física.
Coletar esse tipo de dado permite, por exemplo, que aplicativos de transporte possam calcular o valor da rota e saber onde o motorista deve encontrar você. Já nos apps de namoro o recurso serve para mostrar perfis que estão próximos à sua localização.
Ainda, alguns apps e sites podem pedir permissão para poder fazer publicidade direcionada. Assim, por exemplo, um app pode mostrar produtos e ofertas que estão disponíveis na região do usuário — é o que acontece perto de lojas e armazéns de grandes varejistas.
O Instagram é um dos apps que conta com esse recurso, mas hoje em dia a maioria dos serviços online funciona assim.
Por que é importante deixar esse recurso desligado na maior parte do tempo?
Privacidade e segurança são os principais motivos para limitar a localização para aplicativos. Isso porque os dados armazenados por apps muitas vezes podem ser compartilhados com empresas parceiras e/ou utilizados para gerar leads, que são contatos de clientes potenciais utilizados por empresas de marketing.
Assim, em casos de ciberataques, por exemplo, se suas informações fizerem parte de bancos de dados acessados, é possível que elas sejam vazadas – o que pode pôr você em vulnerabilidade. Manter a localização ligada também pode gerar o aumento do número de anúncios personalizados – o que pode ser incômodo e gerar aquela sensação de que você está sendo “vigiado”.
A principal dica de segurança, nesses casos, é negar o pedido de acesso à localização em apps que não precisam necessariamente dessa informação.
Assim, quando abrir um aplicativo pela primeira vez, leia com atenção as solicitações requisitadas que aparecem na tela. Além disso, em aplicativos que dependem do recurso para funcionarem, vale liberar o acesso ao local apenas “Durante o Uso”.
É possível modificar as permissões dos apps nas configurações do celular, com caminhos específicos para cada sistema operacional, como Android e iOS. No geral, um espaço de “Localização” é reservado nos ajustes do dispositivo para mostrar as solicitações e permitir a alteração das permissões de cada app.
Usar VPN ajuda a não ser rastreado por apps?
VPNs só conseguem impedir o rastreamento do usuário se o app usar o endereço IP para ter acesso à localização. Isso porque a VPN “mascara” o seu local ao oferecer um novo endereço IP não rastreável. Dessa forma, o serviço não serve para esse intuito em apps baseados em rastreamento via GPS, por exemplo.
Além disso, alguns aplicativos de VPN gratuitos também podem ter acesso à localização e compartilhá-las com parceiros. Por isso, é importante pesquisar bem as opções antes de escolher alguma.
Como evitar o rastreamento em celulares Android e iPhone?
Recursos de privacidade têm ganhado espaço nas últimas atualizações dos sistemas operacionais Android e iOS. O Android 12, por exemplo, permite que usuários usem a localização aproximada em vez do local exato, em apps que precisam do recurso para funcionar corretamente.
Já o iOS 15 apresenta um painel de privacidade com relatórios detalhados da função App Track Transparency, lançado no iOS 14.5. Com o recurso, todos os apps da App Store precisam pedir permissão aos usuários para rastrear suas atividades, inclusive a localização. O relatório permite visualizar as permissões com que o aplicativo teve contato e a frequência que essa ação costuma acontecer.
Página do App Privacy Report disponivel no iOS 15 — Foto: Divulgação/Apple
Por Marcela Franco, para o TechTudo
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