RAIVA CANINA: APÓS 26 ANOS, SÃO PAULO REGISTRA CASO DA DOENÇA

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Doença é letal e pode afetar humanos; veterinária explica como prevenir seu cão e o que fazer em caso de suspeita

Na última semana, São Paulo registrou o primeiro caso de raiva canina após 26 anos sem se falar da doença. 

Um cachorro foi resgatado no dia 27 com sintomas neurológicos e levado para uma clínica em Taboão da Serra, onde foi submetido a uma eutanásia após ter pioras no seu estado de saúde. O corpo do animal foi encaminhado para a Faculdade de Medicina Veterinária da USP, onde passou por exames que vão detectar se o vírus que o afetou era da variante canina ou transmitida por morcegos.

A doença, que não tinha registros no Estado de SP desde 1997, voltou a preocupar médicos veterinários e tutores, pois a raiva canina é letal em quase 100% dos casos e pode afetar humanos. 

Com isso, a Dra. Renata Pinheiro, veterinária da plataforma de saúde e bem-estar para cães e gatos, Guiavet, explica como prevenir o seu pet e o que fazer em casos de  suspeita. 

“A raiva tem uma taxa de mortalidade muito próxima de 100%, com pouquíssimos casos conhecidos de pessoas que sobreviveram após serem infectados ou, quando sobrevivem, carregam sequelas graves e permanentes. Apesar de ainda não existir cura para a doença, temos métodos de prevenção muito eficientes, principalmente para os nossos animais”, reforça a médica. 

Transmissão da raiva 

A raiva é uma doença viral comum em diversos mamíferos, que é transmitida pelo contato com fluidos corporais de um animal infectado, como a saliva ou o sangue, quando ele morde, lambe ou arranha uma pessoa ou outro animal. Hoje, o principal reservatório da raiva no Brasil são os animais silvestres, principalmente os morcegos. Por isso é extremamente proibido tentar pegar um animal silvestre doente ou caído diretamente com as mãos, deve-se buscar ajuda de um profissional devidamente capacitado e protegido.

Prevenção
A raiva pode ser prevenida em cães e gatos por meio da vacina antirrábica que é aplicada anualmente por um veterinário e também é disponibilizada pelo SUS. A vacina é obrigatória e deve ser aplicada em animais a partir de 3 meses de idade, devendo ser reforçada todos os anos. 

Ao ser vacinado, os animais têm muito menos chances de desenvolver a doença, mesmo que entre em contato com outro animal infectado. Por isso é tão importante que os tutores mantenham os controles de saúde e registro dos imunizantes aplicados nos seus pets, façam o acompanhamento veterinário frequente e a atualização dos exames periódicos.

O que fazer em caso de suspeita?

A recomendação para nós seres humanos é não entrar em contato direto com animais silvestres ou que não se conhece o histórico de vacinação. 

Em caso de mordedura ou arranhadura de animais desconhecidos, incluindo cães e gatos, deve-se lavar o local com muita água e sabão em abundância e procurar o serviço de saúde imediatamente. 

Caso seja possível, observe o animal agressor por um período de pelo menos 14 dias e, se ele apresentar algum sinal neurológico ou vier à óbito no período, o serviço de controle de Zoonoses da sua cidade deverá ser avisado imediatamente.

 

(Da redação, com conteúdo e imagem de Guiavet

Imagem: Matthew Henry (Unsplash)