REJEITADOS PELA MÃE, FILHOTES SOBREVIVEM GRAÇAS À UMA GOLDEN RETRIEVER
Cão-selvagem africano é uma espécie ameaçada de extinção, existindo menos de 7 mil deles na natureza (África subsaariana); daí a importância da “adoção” feita pela Golden retriever, garantindo futuro aos filhotes.
O cão-selvagem-africano (Lycaon pictus), também chamado de cão-pintado-africano, é uma espécie ameaçada de extinção. Estima-se que restem menos de 7 mil deles na natureza, em regiões da África subsaariana.
Sua população está em declínio na vida selvagem, por isso mesmo é tão importante ter programas de reprodução em cativeiro longe de seu habitat natural, para garantir a diversidade genética e um futuro, caso ele desapareça da vida selvagem.
Um dos lugares do mundo onde é feita a reprodução do cão-selvagem-africano é no Potawatomi Zoo, no estado de Indiana, nos Estados Unidos. Lá, no final de setembro do ano passado, uma fêmea da espécie deu à luz a oito filhotes.
Todavia, através de câmeras instaladas no recinto, a equipe do zoológico percebeu que a interação dos filhotinhos com a mãe de primeira viagem e o pai não eram positivas. Na natureza, o grupo tem um papel essencial no desenvolvimento dos pequenos cães, ajudando a protegê-los e alimentá-los.
Após uma consulta com especialistas do Programa de Sobrevivência do Cão-Selvagem-Africano (SSP, na sigla em inglês) decidiu-se que o melhor seria retirar os filhotes do recinto e dar cuidados especiais a eles. Infelizmente, cinco deles não resistiram.
Contudo, uma ajuda fundamental chegou para que três cãezinhos conseguissem sobreviver: uma golden retriever, Kassy, que tinha dado à luz há pouco tempo e estava amamentado.
A fêmea foi levada para o zoológico e rapidamente acolheu os três filhotes africanos, como se fossem sua própria cria. Contudo, durante 24 horas por dia, os veterinários ficaram checando as condições de saúde de todos.
Em dezembro, as boas novas chegaram, através das redes sociais do Potawatomi Zoo.
“Embora os filhotes pintados tenham sido desmamados (eles são muito mais rápidos que os cães domesticados – apenas cerca de 4 a 6 semanas!), ainda somos muito gratos a Kassy, a golden retriever que cuidou dos filhotes durante seu primeiro mês crítico de vida. Não poderíamos ter criado três filhotes saudáveis sem ela…
Também não poderíamos ter feito isso sem o esforço incansável de nossa equipe, que passou todos os dias e noites no zoológico em turnos para garantir que os filhotes selvagens e domésticos recebessem leite suficiente e para garantir que Kassy também fosse cuidada.
Kassy está de volta em sua casa agora e todos os seus cachorrinhos foram adotados. Seremos sempre gratos a ela!”
Saudáveis, maiores e bastante ativos, os filhotes que foram batizados de Blue, Red e Orange serão levados para um ambiente ao lado de onde vivem seus pais. A expectativa é que vendo o comportamento deles eles possam aprender a reproduzi-lo. A ideia inicial era que todos fossem colocados juntos, entretanto, há um temor que eles não sejam bem aceitos pelos pais.
Os cães-pintados-africanos vivem em grandes grupos familiares, com fortes laços sociais, liderados por um macho e uma fêmea dominantes. Ao contrário da maioria dos predadores africanos, esses exímios caçadores buscam suas presas durante o dia. São conhecidos por usar vocalizações complexas para coordenar estratégias e se comunicar com outros membros do bano.
Apenas a fêmea dominante da matilha produz filhotes. A gestação dura cerca de 70 dias. As ninhadas podem ter até 16 filhotes.
Assista a recreação dos filhotes de cão-selvagem em https://www.facebook.com/watch/?v=378653541301146
(Com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – 17 de janeiro de 2024 – Suzana Camargo – Foto: divulgação Potawatomi Zoo)