Resíduos hospitalares crescem: descartes são feitos irregularmente
A OMS – Organização Mundial de Saúde publicou relatório no último dia 1º. de fevereiro, alertando sobre o aumento, em dezenas de milhares de toneladas, de lixo hospitalar, devido à pandemia de Covid-19.
Esses resíduos de saúde ameaça hoje as saúdes humana e ambiental, exigindo uma melhoria urgente na prática de descarte e processamento dos materiais.
De acordo com o relatório, apenas a ONU (Organização das Nações Unidas) adquiriu aproximadamente 87 MIL toneladas de equipamentos de proteção individual (EPI) para envio a países mais pobres –a maior parte desses equipamentos, diz o relatório, acabou como lixo.
O relatório não abrangeu produtos adquiridos fora da iniciativa da ONU, nem o descarte de máscaras médicas ou individuais para proteção, de tecido ou outros materiais.
A aplicação de aproximadamente 8 bilhões de doses de vacinas administradas no mundo produziu 144 mil toneladas de resíduos adicionais, incluindo seringas, agulhas e caixas de descarte.
Também a quantidade de resíduos plásticos gerada no planeta desde o início da pandemia até o fim de 2020 foi em torno de 1,6 milhão de toneladas por dia. O trabalho estima, ainda, que cerca de 3,4 bilhões de máscaras sejam descartadas diariamente em todo o mundo.
PANDEMIA FACILITOU RELAXAMENTO
A tarefa era urgente e imediata – enfrentar a onda de Covid-10. Com isso, ficou em segundo plano o gerenciamento seguro e sustentável dos resíduos de saúde relacionados à pandemia.
De acordo com a OMS, mais de 30% das instalações de saúde em todo mundo não estão aptas para lidar com os resíduos, agravado o problema com a pandemia. Nos países menos desenvolvidos, a situação é mais crítica, porque concentram 60% das instalações sem capacidade adequada de gerenciamento de resíduos.
AMEAÇAS À FAUNA MARINHA
De acordo com estudos feitos pelo periódico científico Heliyon, o uso generalizado de EPIs colocou em circulação bilhões de descartáveis, aumentando expressivamente o volume de plástico que foi acabar nas costas marinhas e no fundo do mar.
De acordo com a CNN, levantamento feito junto à Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2020 houve aumento de 70% no descarte de resíduos hospitalares no Brasil, incluindo máscaras, toucas, luvas, aventais, agulhas e seringas, além de plásticos de embalagens em geral. Não existem pontos de tratamento em todos os municípios do país.
A CNN informa ainda que o pesquisador Alexandre Turra, do Instituto Oceanográfico da USP destacou que a pandemia agravou um problema antigo, que é o descarte de lixo nos oceanos. Houve um aumento no consumo de plásticos descartáveis na pandemia, até mesmo pelo aumento da utilização dos serviços de delivery de refeições devido ao isolamento.
Ao mesmo tempo, de acordo com o pesquisador, houve diminuição do trabalho de catadores no processamento do material, por falta de proteção que tinham de ter relativamente à exposição a materiais contaminados. Como a reciclagem foi diminuída, diz Turra, boa parte dos produtos recicláveis foi para os aterros.
E boa parte acabou nos oceanos. Turra explica que o grande problema é a ingestão desses materiais pelos animais; as máscaras têm uma estrutura de metal que pode perfurar o tubo digestivo e levar à morte. Outro problema, diz o especialista, é a inanição – o estômago do animai fica cheio de lixo, ele não tem a sensação de fome, come menos, absorve menos nutrientes e morre.
A maior parte dos animais encontrados mortos nas praias, como tartarugas, golfinhos e aves apresenta material plástico no tubo digetivo.
Segundo o pesquisador, o descarte inadequado dos materiais coloca em risco a vida marinha. O grande problema está associado à ingestão e o que isso pode causar a esses animais. No caso das máscaras que têm uma estrutura de metal, isso pode perfurar o tubo digestivo e levar à morte. “Outro problema é a inanição, o estômago fica cheio de lixo e o animal acaba não sentindo que está com fome, com isso, come menos, absorve menos nutrientes e morre”, explica.
O monitoramento realizado por grupos de pesquisa mostra que a maior parte dos animais encontrados mortos nas praias, como tartarugas, golfinhos e aves, apresenta material plástico no tubo digestivo.
O QUE FAZER: TOMAR AÇÕES IMEDIATAS
O relatório da OMS e o especialista Alexandre Turra concordam que há necessidade urgente de melhorias no gerenciamento dos resíduos hospitalares, incluindo o uso de embalagens e envios ecologicamente corretos, a adoção de EPIs seguros e reutilizáveis e o uso de materiais recicláveis ou biodegradáveis.
A OMS recomenda o investimento em tecnologias de tratamento de resíduos sem queima, como autoclaves e o apoio à reciclagem e a promoção de sistemas de gestão eficazes, incluindo orientação para os profissionais de saúde sobre o que fazer com os EPIs e demais produtos hospitalares após a utilização.
Para Turra, a falta de conscientização acerca do descarte adequado dos materiais esbarra no problema mais abrangente da destinação final dos resíduos no país. Ele afirma que, no curto prazo, é preciso trabalhar a conscientização das pessoas para o descarte apropriado. Mais para frente, melhorar os sistemas de coleta, tratamento e destinação final de resíduos.
A OMS defende a promoção de sistemas de gestão eficazes, incluindo orientação para os profissionais de saúde sobre o que fazer com os EPIs e demais produtos hospitalares após a utilização.
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