SABESP: GOVERNO LANÇA GUIA SOBRE DESESTATIZAÇÃO

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Material apresenta informações sobre os benefícios do modelo de negócio escolhido pelo Estado, além de detalhes do Novo Marco do Saneamento. Em Cotia, não se pode esquecer que a Reserva Florestal do Morro Grande, Patrimônio Natural e Cultural do Estado de S. Paulo, estará sob administração da empresa que assumir os serviços de saneamento.

 

O Governo de São Paulo lançou, na terça-feira (05), um guia informativo sobre a desestatização da Sabesp. A ideia é oferecer subsídios aos cidadãos sobre os benefícios à população paulista com a operação. 

O material demonstra como o modelo da desestatização poderá ampliar investimentos no Estado, reduzir tarifas e tornar a Companhia uma plataforma multinacional do setor. No total, serão beneficiadas 10 milhões de pessoas, até 2029 – sendo 1 milhão de novos usuários de áreas rurais, irregulares consolidadas ou comunidades tradicionais. 

O  guia revela, ainda, como os profissionais da Sabesp também terão oportunidades de carreira com uma Companhia em crescimento, com exemplos de empresas brasileiras que, após a desestatização, se tornaram líderes de seus mercados.

NOVO MARCO DO SANEAMENTO

O material esclarece que vários pontos levantados sobre a desestatização da Sabesp estão balizados pela lei 14.026/2020, que estabeleceu o Novo Marco do Saneamento. A legislação traz incentivos à regionalização do saneamento básico, a cotitularidade entre estado e municípios, quando as infraestruturas são compartilhadas, e a abertura do setor ao capital privado.

Segundo o Novo Marco, toda a população brasileira deve ter, até 2033, 99% de abastecimento de água e 90% de coleta e tratamento de esgoto, além de incluir pessoas hoje não contempladas nos atuais contratos, como aquelas localizadas em áreas rurais, irregulares consolidadas, comunidades tradicionais e povos originários. O Estado de São Paulo vai antecipar a meta em quatro anos e incluir a população hoje não atendida, que chega a 1 milhão nos 375 municípios atendidos pela Sabesp.

Outra diretriz é a regionalização do setor. Ou seja, o planejamento deve ser feito, em conjunto, por Estado e municípios, sobretudo nos casos em que as infraestruturas são compartilhadas. Um exemplo é a Região Metropolitana de São Paulo. 

Parte da água consumida pelos municípios é captada fora da região, no Sistema Cantareira, e parte em alguns municípios, como os do Alto Tietê e do ABC Paulista. Outros municípios, por sua vez, abrigam as Estações de Tratamento de Esgoto, como Barueri e ABC, que recebem e tratam o esgoto produzido por todos os municípios. Por isso, as decisões devem ser integradas, uma vez que afetam todo o conjunto de municípios.

O guia explica a criação das Unidades Regionais de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário (URAEs) no Estado, por meio da lei 17.383, de 2021, que, nada mais são do que o modelo de regionalização adotado pelo Estado – determinação do próprio Marco do Saneamento. O Governo de São Paulo está garantindo que as URAEs funcionem. Caso contrário, os investimentos necessários para atingir as metas de universalização do saneamento não seriam planejados e decididos com a integração devida.

Desafios da Sabesp

O material detalha que a Sabesp é a maior empresa de saneamento das Américas, em população atendida, e uma das cinco maiores do mundo, em receita. Mas ela pode mais, e tem potencial para se tornar uma plataforma multinacional de saneamento. A desestatização vem para destravar o crescimento da empresa.

Além disso, os investimentos para a universalização serão realizados pela própria Companhia. E, para garantir a sustentabilidade-econômica no longo prazo e uniformizar os diferentes prazos hoje existentes, dando também mais segurança jurídica à preservação dos serviços, o objetivo é prorrogar os contratos de concessão até 2060.

Por fim, o guia detalha o modelo escolhido para a desestatização da empresa, o follow on. Trata-se de oferta pública de ações da empresa, listada, desde 1998, na B3, e desde 2002, na Bolsa de Valores de Nova York. No caso da Sabesp, parte dos recursos captados com as ofertas será utilizada para reduzir tarifa, de imediato, e olhando o longo prazo.

A RESERVA DO MORRO GRANDE


A Sabesp é a responsável pela gestão e preservação da Reserva Florestal do Morro Grande, localizada  em Cotia. A reserva foi criada em 1979, com a finalidade de proteger os mananciais que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo.

Em 1981, houve o tombamento da reserva pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT) em 1981, por seu valor ambiental e cultural. O tombamento é um instrumento de proteção patrimonial que impede que a reserva seja desmatada ou degradada.

A reserva é um importante remanescente de floresta nativa do Planalto Atlântico paulista. Ela abriga uma rica biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção. A reserva também é importante para a manutenção da qualidade da água que abastece a Região Metropolitana de São Paulo.

Em 2023, a reserva foi incluída na Lista Nacional de Prioridades para Conservação da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente. A inclusão na lista é um reconhecimento da importância da reserva para a conservação da biodiversidade brasileira

A responsabilidade da Sabesp sobre a reserva é definida pela Lei Estadual nº 1.949, de 4 de abril de 1979, que dispõe sobre a criação da reserva e dá outras providências. O artigo 1º da lei estabelece que a reserva tem como destinação específica “a preservação da flora e fauna e proteção aos mananciais”.

A Sabesp é responsável por:

  • Realizar a gestão da reserva, garantindo sua proteção e preservação;
  • Promover ações de educação ambiental para a população;
  • Realizar pesquisas científicas sobre a biodiversidade da reserva;
  • Monitorar o estado de conservação da reserva;
  • Desenvolver projetos de restauração florestal.

A reserva é uma importante área de preservação ambiental, abrigando uma rica biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas de extinção. A Sabesp desempenha um papel fundamental na proteção e preservação da reserva, garantindo a disponibilidade de água de qualidade para a população da Região Metropolitana de São Paulo.

A reserva florestal do Morro Grande é um patrimônio natural e cultural do Estado de São Paulo. A Sabesp tem a responsabilidade de garantir sua proteção e preservação para as gerações futuras.

Chega-se então à grande pergunta: como o Governo do Estado irá conciliar a preservação da Reserva Florestal – hoje confiada a uma estatal – com a desestatização? Uma coisa é a reserva florestal; outra, o manancial e a reserva enorme que a circunda. Com a palavra, os políticos e a sociedade pensante de Cotia, que devem iniciar desde já estudos para que tudo não se faça da noite para o dia e os munícipes sejam colhidos de surpresa com o destino da Reserva.

Baixe o informativo do Governo sobre a Sabesp pelo link bit.ly/guia-informativo-set2023