SEMANA MUNDIAL DA ÁGUA ENFATIZA SOLUÇÕES EM MEIO À CRISE DO CLIMA

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Agências da ONU assinalam complexidades marcando ligação entre o recurso e as mudanças climáticas; alterações associadas ao crescimento da população podem agravar carência severa de água. 

Dezenas de eventos para marcar a Semana Mundial da Água mobilizam políticos, especialistas, sociedade civil e agências da ONU em todo o mundo para refletir sobre a mudança climática, perda de biodiversidade e pobreza.

A cidade de Estocolmo, Suécia, acolhe grande parte das reuniões que acontecem até quinta-feira e têm apoio do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma. O evento culmina com uma publicação sobre os desafios relacionados ao recurso. 

2 bilhões de pessoas sem acesso à água potável

Com uma escassez hídrica agravada pela mudança climática aumentam os riscos relacionados a desastres, como as enchentes e secas. A subida das temperaturas interrompe os padrões de chuva e todo o ciclo da água, destaca a ONU. 

Estima-se que 2 bilhões de pessoas em todo o mundo não tenham atualmente acesso à água potável. Cerca da metade da população global enfrenta escassez severa por pelo menos uma parte do ano. 

 De acordo com as Nações Unidas, esses números poderão subir em meio às mudanças climáticas e ao crescimento populacional. O planeta tem 0,5% do total da água potável utilizável e disponível, em meio a alterações do clima que afetam a disponibilidade.

Recuperação de Nutrientes de Águas Residuais

Na quarta-feira, os temas em debate incluem Mais Soluções para Gestão Sustentável de Águas Residuais e Nutrientes. No domingo, o ciclo começou com a palestra vozes do campo: histórias da fonte ao mar de todo o mundo. 

Ainda na cidade sueca, será lançado o estudo Águas Residuais Transformando Problema em Solução. Também será realizado um debate intitulado Água: a fonte da futura sustentabilidade social.

A semana fechará com o evento para impulsionar ações locais de gerenciamento hídrico a partir de sistemas globais de alerta precoce, monitoramento e vigilância de águas residuais em favor da saúde pública e gestão ambiental.

Grandes cadeias montanhosas

A ONU destaca a ligação essencial entre água e mudanças climáticas. Essa complexidade envolve “padrões imprevisíveis de chuvas a diminuição das camadas de gelo, aumento do nível do mar, inundações e secas”.

Nos últimos 20 anos, ocorreu uma queda de 1% da água armazenada na superfície terrestre ao ano, incluindo pela umidade do solo, pela neve e pelo gelo. A situação teve grande reflexo em vários aspectos e ações para a segurança hídrica.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, Ipcc, alerta sobre uma baixa do abastecimento de água armazenada em geleiras e na cobertura de neve ao longo do século. 

Água doce para humanos e ecossistemas 

A situação reduzirá a disponibilidade hídrica em períodos quentes e secos em regiões abastecidas por água derretida de grandes cadeias montanhosas, onde mais de um sexto da população mundial atualmente vive.

A alta do nível do mar agrava a salinização das águas subterrâneas, diminuindo a disponibilidade de água doce para humanos e os ecossistemas nas áreas costeiras.

O Ipcc destaca que limitar o aquecimento global a 1,5°C reduziria em cerca da metade a proporção da população mundial que sofreria com a escassez de água, se comparado ao nível de 2°C.

Cortesia QuéBuenLugar