UMA EM CADA CINCO ESPÉCIES MIGRATÓRIAS ESTÁ AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

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Levantamento feito por especialistas chegou à conclusão que 44% das espécies migratórias apresentam queda de extinção e apresentam risco total de serem totalmente  extintas.

Milhares de espécies de animais no mundo dependem da migração para sobreviver. 

Ao longo de seu ciclo de vida elas precisam viver em diversos habitats, em diferentes épocas do ano, para, por exemplo, se reproduzir ou dar vida a seus filhotes.

Nos oceanos isso acontece com tartarugas e baleias. Em terra, é o caso dos elefantes, zebras e antílopes, ou ainda, no ar, borboletas e aves, que cruzam milhares de km entre continentes.

Mas um levantamento inédito, elaborado pela primeira vez por especialistas, traz um alerta preocupante: uma em cada cinco espécies migratórias está ameaçada de extinção. O relatório, State of the World’s Migratory Species, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revela ainda que 44% dessas espécies apresentam queda em suas populações.

No caso de peixes migratórios, a situação é ainda pior. Houve uma redução de 90% em seus números desde a década de 70 e 97% dos tubarões, raias e esturjões listados pela Convenção das Espécies Migratórias correm o risco de serem extintos.

Entre as principais ameaças a todos esses seres estão perda de habitat, poluição, invasão de espécies exóticas e mudanças climáticas.

“A urgência de ações para proteger e conservar essas espécies torna-se ainda maior quando consideramos o papel subvalorizado que desempenham na manutenção dos complexos ecossistemas que sustentam num planeta saudável – através, por exemplo, da transferência de nutrientes entre ambientes, realizando pastoreio migratório que apoia a manutenção de habitats de armazenamento de carbono e serviços de polinização e dispersão de sementes”, destaca Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA.

 

Entre as aves citadas no relatório está, por exemplo, o fuselo (Limosa lapponica), conhecido pelos voos de longa distância sem paradas. Em 2022, um deles percorreu quase 14 mil km em onze dias entre o Alasca e o sul da Austrália.

 

A migração é observada em todos os principais grupos de animais, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes e insetos. Entre as razões pelas quais eles apresentam esse comportamento está a busca por alimentos sazonais, condições climáticas favoráveis ou ainda, os melhores locais para reprodução.

 

Entre as recomendações listadas pelos especialistas envolvidos na elaboração da análise estão a proteção de rotas e áreas de migração – terrestres, marítimas ou aéreas.

 

“As ações necessárias são claras. É necessário intensificar os esforços para eliminar a captura insustentável e ilegal de espécies migratórias a níveis nacionais, as capturas acidentais e outras incidentais devem ser enormemente reduzidas, todos os locais importantes para migração de espécies precisam ser identificados e ações precisam ser tomadas para proteger ou conservar esses lugares”, destaca Amy Fraenkel, secretária executiva da Convenção das Espécies Migratórias.

 

(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – Foto: Kris-Mikael Krister on Unsplash)