
Uma das missões da pasta é preparar o indivíduo típico do poder público para atender os atípicos e conscientizar a sociedade para uma convivência harmônica em que todos sejam incluídos
Nos tempos atuais, muito tem se falado sobre diversidade. Diversidade de gênero, cultural, religiosa e social. Mas quando o assunto é a diversidade de mente, a pauta ainda é pouco difundida e compreendida pela sociedade. Mas em Cotia o tema ganhou espaço no poder público municipal com a implantação da Secretaria da Mulher, Neurodiversidade e Inclusão Social que tem a missão de garantir inclusão de indivíduos atípicos em todas as esferas da sociedade, por meio da conscientização e capacitação do poder público e da sociedade para coexistir harmonicamente com pessoas neurodivergentes.
A cidade se consolida como a primeira no país a ter uma pasta dedicada ao assunto. Projeto idealizado pelo Welington Formiga, a neurodiversidade terá olhar e ações voltados à inclusão. “Saúde mental é o debate do século, aprendemos de forma errada que ir ao psicólogo, ao psiquiatra era coisa de louco. Não é assim, é uma questão importante e neste governo entendemos que todos nós somos o amor da vida de alguém, por isso, vamos cuidar dos nossos colaboradores, eles precisam estar bem para atender bem a população. O poder público precisa ser defensor da inclusão”, disse o prefeito. “Esta área tem vários braços, um deles é o TEA [Transtorno do Espectro Autista], e vamos ter um centro de referência para atendimento assertivo e humanizado”, completou.
A secretaria está sob o comando da psicóloga, pedagoga, palestrante especializada em neurodiversidade, autismo, deficiência intelectual e educação especial, Solange Aroeira. Ao falar das atribuições pasta, Solange explica que a primeira missão é conscientizar. “A ideia da neurodiversidade é olhar a potencialidade de cada um. Nossa missão é preparar os típicos do poder público para atender os atípicos e, paralelamente, plantar a sementinha na sociedade, preparar o mundo para essas pessoas conviverem em harmonia com o todo”, descreveu.
A neurodiversidade foi estrategicamente anexada à inclusão social, de acordo com a titular da pasta, pois a inclusão social caminha de mãos dadas com direitos humanos e cidadania – garantidores de que ninguém seja deixado às margens da sociedade. “Estas pessoas [neurodivergentes] estão ficando carimbadas nas escolas, nos trabalhos. A [pasta] neurodiversidade vem com a proposta de explicar que um cérebro super agitado com TDAH, por exemplo, não deve ser uma pauta identitária apenas, é preciso olhar para as potencialidades daquele indivíduo e permitir que ele dê a sua contribuição para a sociedade”, destacou Solange.
Uma das primeiras ações práticas da secretaria foi a ‘Campanha Janeiro Branco’ – que aborda questões relacionadas à saúde mental – e mobilizou vários especialistas palestrando para servidores públicos municipais. De acordo com Solange, a prioridade neste momento é conscientizar sobre neurodivergência, pois uma pessoa que não se encontra neste mundo, que não se sente incluída, tem grande potencial de tirar a própria vida.
A pasta foi criada a partir da frequência de fenômenos. Solange explicou que sempre existiram pessoas neurodivergentes, mas elas não sobreviviam tanto. Com os avanços da ciência, estas condições passaram a ser mais facilmente identificadas, mas patologizar tudo não é a solução. “A sociedade quer a cura: cura com vitamina, cura com oração, cura com castigo, cura com terapia. É preciso coexistir com esse mundo, entendendo que você é um ser que pensa e age diferente, com dificuldades e muitas potencialidades. Nós que habitamos neste planeta chamado terra tem que dar conta disso”, completou.
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