VEADO-CAMPEIRO ALBINO É AVISTADO NOVAMENTE NO PANTANAL: FORTE E SAUDÁVEL

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Fazia dez dias que o fotógrafo e guia turístico Fábio Paschoal havia “aposentado” a câmera fotográfica (temporariamente, claro) devido ao fogo que consumia o Pantanal próximo da Pousada Caiman, onde trabalha.

Não era possível fazer safaris ecológicos pelo bioma com os turistas, mas, depois da chuva que caiu nos últimos dias, ele se animou e saiu com amigos para fotografar. E ganhou um presentão!

Não demorou muito para que avistasse o já famoso veado-campeiro albino, sobre o qual tinha ouvido falar e soube que andava pela região dois dias antes.

“É um dos animais mais lindos que já vi”, declarou sussurrando enquanto filmava o animal. “Meus ouvidos não conseguiam acreditar nas palavras que meus lábios haviam acabado de dizer. Mas meus olhos não deixavam dúvidas. Estava frente-a-frente com um veado-campeiro albino!”, contou Fábio na legenda do post publicado ontem. E continuou:

“Em 15 anos trabalhando como guia no Pantanal foi a primeira vez que vi um animal como esse. Que momento maravilhoso!”. O resultado você vê aqui, ilustrando este texto e também no final do post.

Escrevi sobre o filhote branquinho de olhos, orelhas e narizinho avermelhados pela primeira vez, em 16 de outubro (leia aqui), quando Gustavo Figueirôa, diretor de comunicação do Instituto SOS Pantanal visitou a região da Caiman com um grupo de turistas, guias e profissionais.

Estavam todos munidos de câmaras fotográficas potentes e binóculos para avistar animais como a onça-pintada, mas quem apareceu foi o filhote branco e sua mãe, ao lado da qual ele andava, bem juntinho.

“Achamos a figurinha brilhante no Pantanal, um raríssimo veado-campeiro albino!, escreveu ele no Instagram. “Difícil de acreditar, mas a prova tá aí!”. E ainda contou: “Deu para gravar, tirar fotos. A gente ficou uns dois minutos vendo os dois. O filhote estava sempre ao lado da mãe, foi bem legal!”.

A mamãe do veado albino não aparece nas imagens de Fábio. Ainda não descobri se ele já desmamou ou se sua mãe apenas o deixa mais livre com o passar do tempo. Sozinho, ele fica ainda mais fácil de encontrar (mais vulnerável, portanto) e parece um ser iluminado emoldurado pela vegetação.

“Boa sorte pequeno! Espero te ver adulto daqui algum tempo”, escreveu Fábio no final da legenda em seu post. É o que desejo pra ele também. Que eu volte aqui muitas vezes pra contar sobre seu paradeiro, sempre com boas notícias.

O ALBINISMO

Animais albinos são raros e podem acontecer em qualquer espécie devido a uma mutação genética que impede a produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. 

 

E, no caso dos animais silvestres, esta é uma condição que os coloca em situação de grande vulnerabilidade, visto que impede que se camuflem na mata para despistar predadores e fugir deles. O bicho fica ainda mais em evidência, então, dificilmente vive muitos anos.  

“As cores próprias dos animais servem para camuflar os bichos dos predadores. Então, um animal branco se destaca no meio da paisagem. Encontrar um animal albino já é muito raro, e um animal que não é tão filhotinho assim, já é meio crescidinho. Então, dá pra ver que ele já passou alguns meses sobrevivendo mesmo com a condição de albinismo”, explicou Gustavo Figueirôa em outubro.

(Com conteúdo de conexaoplaneta.com.brl – 22/11/2023 – Monica Nunes – Foto Gustavo Figueroa)