Juiz não encontrou indícios suficientes para denúncia de maus-tratos animais, mas reconhece condutas culposas, de negligência e imprudência praticadas por funcionários da companhia aéreaA pedido do Ministério Público do estado (MP-SP), a justiça de São Paulo arquivou o inquérito policial sobre a morte do cão Joca, o golden retriever que veio a óbito, em abril, após ser mandado pela companhia aérea Gol para o estado errado e ter passado quase oito horas viajando. Segundo o juiz Gilberto Azevedo de Moraes Costa, não há elementos suficientes para uma denúncia de maus-tratos animais.
Em seu argumento, ele afirmou que “Se vê nos autos uma sucessão de condutas culposas, advindas de negligência e imprudência, praticadas por funcionários da companhia. Ainda, não há elementos aptos a demonstrar a ocorrência de maus-tratos e sofrimento do cão Joca em razão desta circunstância. Os funcionários que tiveram contato com Joca após sua chegada em Fortaleza noticiaram que ele estava bem e calmo, sem aparente situação de estresse”.
A defesa do tutor de Joca, João Fantazzini, declarou que irá recorrer da decisão. Já a Gol, disse em nota que “contribuiu com a apuração dos fatos junto às autoridades competentes e respeita a decisão judicial.”
Em julho, o laudo da necropsia feita pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP) apontou que ele teve um choque cardiogênico, que ocorre quando o coração perde sua capacidade para bombear sangue em quantidade adequada para outros órgãos, causando diminuição acentuada da pressão arterial, falta de oxigênio nos tecidos e acúmulo de líquidos nos pulmões.
Em seres humanos, este tipo de choque é uma das maiores complicações do infarto agudo do miocárdio e se não for tratado com urgência, pode levar à morte em quase 50% dos casos. Mas Joca estava sozinho e preso dentro uma caixa de transporte.
O golden retriever tinha cinco anos e estava de mudança com seu tutor, de São Paulo para o Mato Grosso. Joca estava com ótima saúde e um veterinário atestou que ele poderia viajar. A estimativa é que o trajeto durasse 2h30.
Entretanto, quando Fantazzini chegou em Sinop foi avisado que houve um erro da Gollog (empresa de cargas da Gol) e o cão tinha sido enviado para Fortaleza. O tutor pegou então um voo de retorno para São Paulo, mas enquanto esperava para reencontrar Joca foi informado por uma funcionária da companhia que ele tinha passado mal na chegada em Guarulhos e morrido.
(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – 19 de abril de 2024 – Suzana Camargo. Foto: reprodução Instagram Joca Fantazzini).. |