QUASE 50% DOS PACIENTES COM DIABETES NO BRASIL FICARAM SEM TRATAMENTO EM 2022

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Número de pessoas diabéticas mais que quadruplicou ao longo das últimas três décadas, chegando a 828 milhões de pessoas em 2022. Brasil tem destaque entre países com maior número de casos de diabetes, com aproximadamente 22,4 milhões de pessoas até 2022

O número de pessoas vivendo com diabetes mais que quadruplicou ao longo das últimas três décadas e chegou a 828 milhões de pessoas em 2022, de acordo com um estudo publicado em novembro no periódico The Lancet.

No estudo, a rede global de pesquisadores NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) analisou 1.108 estudos populacionais que incluíram, ao todo, 141 milhões de indivíduos de 200 países para aferir a prevalência do diabetes e a cobertura do tratamento da doença entre 1990 e 2022.

Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento do diabetes, ainda há disparidades significativas em termos de acesso ao atendimento e controle glicêmico eficaz, especialmente em países de baixa e média renda. Em 2022, cerca de 445 milhões de pessoas — 59% dos adultos ≥ 30 anos com a doença — não recebiam tratamento adequado.

O Brasil tem lugar de destaque entre os países com maiores números de casos de diabetes, com aproximadamente 22,4 milhões de pessoas ≥ 18 anos diagnosticadas até 2022, sendo 13 milhões de mulheres e 9,4 milhões de homens, somando 3% do total global de casos.

De 1990 a 2022, a prevalência de diabetes aumentou 7% entre as mulheres e, ao fim do período, atingia 14% das brasileiras ≥ 18 anos. Entre os homens ≥ 18 anos, a prevalência em 2022 chegou a 11,7% (aumento de 5,8% no período analisado).

O país aparece entre os que mais avançou na cobertura do tratamento, mas o cenário não é bom. Ao todo, 53,4% das mulheres e 53,5% dos homens ≥ 30 anos diagnosticados com diabetes recebiam tratamento adequado em 2022 — um avanço de 16,2% e 26%, respectivamente, em comparação a 1990. Mas, em 2022, ainda havia 5,6 milhões de mulheres e 4,1 milhões de homens (9,7 milhões de brasileiros ≥ 30 anos) que não tinham acesso a medicamentos hipoglicemiantes orais nem insulina.

Para efeito de comparação, em 2022 o país estava na 65ª colocação no ranking de cobertura de tratamento de mulheres com diabetes (veja box), atrás de Chile (68% de cobertura e 11ª posição), Uruguai (60,3%; 38ª), Argentina (58,9%; 49ª) e Paraguai (57,3%; 52ª).

Mulheres

  • Número de casos: 13 milhões de mulheres ≥ 18 anos
  • Prevalência: 14,0% das mulheres ≥ 18 anos (aumento de 7% em relação a 1990) – 113º lugar global
  • Cobertura de tratamento: 53,4% das mulheres ≥ 30 anos em 2022 (aumento de 16,2% em relação a 1990) – 65º lugar global
  • Diabetes não tratado: 5,6 milhões de mulheres ≥ 30 anos

Homens

  • Número de casos: 9,4 milhões de homens ≥ 18 anos
  • Prevalência: 11,7% dos homens ≥ 18 anos (aumento de 5,8% em relação a 1990) – 91º lugar global
  • Cobertura de tratamento: 53,5% dos homens ≥ 30 anos em 2022 (aumento de 26,0% em relação a 1990) – 55º lugar global
  • Diabetes não tratado: 4,1 milhões de homens ≥ 30 anos

 (Da redação, com informações e imagem  de medscape.com.br – Daniela Barros)