Dois candidatos com deficiência concorrem ao Senado

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O Plenário do Senado foi alterado em 2019 para se tornar acessível à primeira senadora tetraplégica, Mara Gabrilli; 480 pessoas com deficiência disputarão cargos públicos nas eleições de outubro e duas delas concorrem a uma vaga no Senado

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a candidatura de 480 pessoas com deficiência que disputarão cargos públicos nas eleições de outubro. O número representa 1,6% do total de 28.790 pedidos de registros. Dois deles concorrem a uma vaga no Senado.

Um dos candidatos informou ter deficiência auditiva. O outro, deficiência física. Do total de candidatos com deficiência em 2022, a maioria (53,75%) possui alguma deficiência física. Em seguida, vêm os candidatos com deficiência visual (23,54%) e auditiva (11,67%), outras deficiências (8,33%) e autismo (2,71%).

Se eleitos, esses candidatos encontrarão um Senado mais adaptado às suas necessidades do que em 2018, quando foi eleita a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), primeira parlamentar tetraplégica da Casa. 

ADAPTAÇÕES

Com a chegada de Mara, o Senado promoveu adaptações no sistema de votação e obras de acesso ao Plenário e à Mesa, além de mudanças no gabinete da senadora e em outras dependências da Casa.

Antes mesmo da posse da senadora, em fevereiro de 2019, o Senado já havia concluído a maior parte dessas adaptações. No Plenário, no lugar destinado à senadora eleita, a cadeira fixa foi retirada, para que ela pudesse ter acesso à bancada com a cadeira de rodas. Uma estrutura de madeira foi colocada para acomodar, em uma altura confortável para a operação, o laptop que permite a votação por movimento de cabeça. 

Uma rampa também foi construída para permitir a Mara Gabrilli e a qualquer senador com dificuldade de se locomover o acesso à tribuna para fazer pronunciamentos. 

Em agosto de 2019, mais um avanço na acessibilidade: foi inaugurada uma nova via de acesso à Mesa do Plenário, adaptada para pessoas com deficiência. Como o Palácio do Congresso Nacional é tombado, a obra levou mais tempo que as demais porque precisou ser licenciada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Inclusão

Além dessas mudanças específicas, o Senado já contava antes da eleição de Mara com várias alterações no prédio principal e nos anexos da Casa feitas ao longo dos anos dentro do Plano de Acessibilidade para promover a acessibilidade e a inclusão de pessoas com deficiência. Entre essas obras estão adaptações nos banheiros públicos e calçadas e construção e correção de rampas.

Estas são as primeiras eleições de nível federal a contar com dados sobre candidatos com deficiência. Os dados são dinâmicos e podem variar com a análise e julgamento das candidaturas. 

Candidatos com Deficiência (480)
Física 258 53,75%
Visual 113 23,54%
Auditiva  56 11,67%
Outros  40 8,33%
Autismo 13 2,71%
Fonte: TSE

Fonte: Agência Senado