CÂNCER: AUMENTO DE CASOS EM PESSOAS COM MENOS DE 50 ALERTA SOBRE HÁBITOS DE VIDA
Aumento de casos de câncer entre pessoas com menos de 50 anos levanta sinal de alerta sobre hábitos de vida pouco saudáveis; Especialista faz alerta também sobre o crescimento do consumo de cigarros eletrônicos em jovens, que pode anular conquista da queda do tabagismo
Ontem, 27 de novembro, foi Dia Nacional de Combate ao Câncer. Publicamos aqui o primeiro artigo da semana, que será dedicada a essa doença que é uma das maiores causas de morte no Brasil.
Hoje, abordaremos o aumento de casos de câncer em adultos com menos de 50 anos, que tem aumentado drasticamente nas últimas décadas.
É o que aponta um estudo publicado pela revista científica Nature Reviews Clinical Oncology e conduzido por especialistas do Hospital Brigham and Women’s, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, as pessoas nascidas em 1960 tiveram maior risco de câncer, antes de completar 50 anos, do que as pessoas nascidas em 1950. A tendência é que as futuras gerações tenham o risco de câncer cada vez mais cedo.
Os pesquisadores encontraram o que chamaram de “incidência precoce” nos casos de câncer de mama, colorretal, endométrio, esôfago, ducto biliar extra-hepático, vesícula biliar, cabeça e pescoço, rim, fígado, medula óssea, pâncreas, próstata, estômago e tireoide.
Para o oncologista Daniel Gimenes, do Grupo Oncoclínicas, os principais fatores que podem ter levado às mudanças nas estatísticas da doença se devem a impactos externos à saúde, ou seja, comportamentais e culturais. Aumento do sedentarismo, obesidade, consumo de alimentos ultraprocessados, a poluição do ar e o uso de antibióticos em excesso são alguns dos “vilões” que podem ter impactado na equação do câncer nesses últimos tempos.
“Chama atenção também a mudança no padrão de sono, que se tornou, muitas vezes, ineficiente para o corpo. O que observamos é que a exposição a todos esses fatores durante a vida, ao longo do tempo, afetou o organismo, que passa a ficar mais suscetível ao desenvolvimento de câncer. Os fatores genéticos sempre existiram e, apesar de serem citados no estudo, não acredito que tenham influenciado esses índices”, explica.
CIGARROS ELETRÔNICOS: CONSUMO AUMENTA E PREOCUPA
Se o consumo de tabaco vem diminuindo drasticamente no Brasil nos últimos anos, o que deve reduzir a incidência de alguns tipos de câncer, o aumento no uso de cigarros eletrônicos preocupa Gimenes. Segundo ele, além de altamente danoso e viciante, pouco se sabe sobre o produto e como tem uso focado em adolescentes, os casos podem anular as conquistas na queda do tabagismo.
“É um retrocesso muito grande ver adolescentes voltando a fumar e ainda se utilizando de um produto proibido, novo, ou seja, não sabemos sua procedência, conteúdo e o quão danoso é – só sabemos que faz mal e vicia, assim como cigarro comum. Esse consumo vai ser refletido em casos de câncer no futuro, o que é um cenário muito ruim”, comenta.
CÂNCER DE MAMA
No caso do aumento dos casos de câncer de mama, alguns dos pontos citados pelo estudo – e corroborados pelo médico – são: uso de contraceptivos orais e mudanças na fertilidade, com mulheres não tendo filhos ou tendo filhos mais tarde, e queda na amamentação.
“Essa é uma mudança estrutural profunda na sociedade, que vai permanecer, a mulher no mercado de trabalho e com menos filhos – ou nenhum filho. É uma realidade que precisaremos nos adaptar para lidar, buscar soluções em diagnósticos, tratamentos e qualidade de vida”, explica.
Outro fator que ajuda a explicar o cenário se refere ao acesso a diagnósticos mais precisos. O fato dos exames para detecção da doença estarem mais acessíveis, pode ter contribuído para o aumento no número de registros dos tumores em idades mais precoces.
“Precisamos continuar atentos ao cenário e investir em programas de rastreamento com o objetivo de monitorar e melhorar o prognóstico da doença. Além disso, investir em hábitos mais saudáveis também pode ajudar a frear as estatísticas e contornar os riscos causados por fatores externos”, finaliza.
(Fonte: Oncoclinicas
Sobre a Oncoclínicas
Fundada em 2010, a Oncoclínicas (ONCO3) é o maior provedor de tratamento oncológico do Brasil e da América Latina. O grupo conta com 129 unidades, entre clínicas de especialidades, diagnóstico e prevenção do câncer, centros ambulatoriais de tratamento infusional e radioterapia, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros de alta complexidade (cancer centers), estrategicamente localizados em 35 cidades brasileiras. Desde sua fundação, a Oncoclínicas tem passado por um rápido processo de expansão, com o propósito de elevar e democratizar o acesso ao melhor tratamento oncológico.
O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 1.900 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil como o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.
Para obter mais informações acesse o site em Grupo Oncoclínicas – Referência em tratamento oncológico (grupooncoclinicas.com).
(Com conteúdo e foto de Oncoclínicas)
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