Fato ocorreu em Fernando de Noronha; golfinho foi resgatado e reintroduzido no mar por pesquisadores e moradores; projeto que atua na região há 32 anos foi acionado.
Esta semana, na quarta-feira, 23/11, pescadores encontraram um golfinho fêmea encalhado na Praia da Cacimba, em Fernando de Noronha, e a devolveram ao mar, à frente da arrebentação.
Para se certificar de que o animal estava bem, um deles acionou o Projeto Golfinho Rotador, que atua na região há 32 anos.
Os pesquisadores logo identificaram que o golfinho-rotador – Stenella longirostris, de aproximadamente 1,75 m – dava sinais de desorientação: arrastado pelas ondas para uma região de rochas, ele se chocou contra as pedras e encalhou novamente.
(assista vídeo em https://www.instagram.com/reel/ClWu0AgD5g6/?utm_source=ig_embed&ig_rid=72524167-1183-4492-bff5-7550f677299d
Foi então que, junto com uma equipe do ICMBIo, os cientistas decidiram resgatá-lo de bote e mantê-lo em terra – na Baía de Santo Antônio, onde os pesquisadores da ONG monitoravam um grupo de golfinhos -, com o intuito de “dar início aos protocolos de estabilização e o atendimento clínico“, que ficou a cargo da veterinária Thaysa Rocha, do ICMBio.
A bióloga Priscila Medeiros, coordenadora do Projeto Golfinho Rotador, explicou que o golfinho não conseguiu vencer a arrebentação “e seguir para mar aberto. Nós seguimos os protocolos para encalhes e procuramos a melhor forma de reintrodução, conforme as condições ambientais”.
Foi realizada uma verdadeira força-tarefa para salvar o golfinho, que também incluiu voluntários da comunidade local. Eles usaram uma prancha como maca para transportá-lo para o bote e, em seguida, levá-lo até um grupo de golfinhos no Porto de Santo Antônio.
Assim que se misturou ao grupo, o animal parece ter recobrado sua estabilidade. No Instagram, o Projeto Golfinho Rotador contou que seguiu monitorando o grupo, naquele dia, e que não foi registrado novo encalhe, nem golfinhos com sinais de desorientação.
No dia seguinte, “nossa equipe percorreu o mar de dentro e não foi encontrado nenhum animal encalhado. Ao que tudo indica, a reintrodução foi exitosa. Seguiremos monitorando o local nos próximos dias”. Priscila Medeiros confirmou: “No monitoramento fixo, que fazemos do Forte dos Remédios, não identificamos nenhum golfinho com mudança de comportamento”.
Sem dúvida, a união entre os pescadores e as equipes do projeto e do iCMBio salvou a vida do golfinho e “foi fundamental para o sucesso da operação”.
O Projeto Golfinho Rotador é uma instituição membro da REMANE – Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (que integra a REMAB – Rede de Encalhe e Informação de Mamíferos Aquáticos do Brasil, criada em 2011 pelo ICMBio) e tem apoio do Programa Petrobrás Ambiental.
Foto: reprodução do Instagram/conexão planeta/25 de novembro de 2022 Mônica Nunes
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