DIA MUNDIAL DO RIM: DOSAGEM DE CREATININA NO SANGUE PODE PREVENIR A PROGRESSÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA

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Médica da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) alerta para a necessidade de incluir este exame nos check-ups anuais dos brasileiros

Um exame que custa cerca de R 11 (na média nacional) e coberto pelos planos de saúde, a medição de creatinina no sangue é capaz de sinalizar que a saúde renal de um indivíduo pode não estar bem. 

Esse é um exemplo claro de como a patologia clínica é fundamental para o diagnóstico precoce de doenças, sobretudo doença renal, que é muito silenciosa e não costuma dar sinais antes do estágio grave. 

Portanto, a adoção de um hábito simples por parte dos profissionais de saúde – pedir a dosagem de creatinina nos check-ups anuais – pode salvar vidas. 

Mais de 140 mil pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), são portadoras de doença renal crônica no Brasil e precisam fazer de três a seis vezes por semana uma terapia chamada de hemodiálise para sobreviver. 

Para conscientizar a população, profissionais de saúde e agentes públicos de todo mundo, foi instituído o Dia Nacional do Rim comemorado no dia 9  março.

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) é uma apoiadora da Sociedade Brasileiro de Nefrologia e, através da médica patologista clínica dra Maria Gabriela de Lucca, coordenadora Comitê Pré/Pós-analítico da SBPC/ML, em live do dia 9, juntamente com o nefrologista João Fernando Picollo, faz um alerta:

“Algumas doenças renais são provocadas por malformações, e não é possível revertê-las, mas muitas vezes há outras causas, como diabetes e hipertensão, uso continuado de medicamentos ou o próprio envelhecimento dos rins, e se descobertas em fases iniciais, o final pode ser outro. Mas no Brasil, muitas pessoas ainda não fazem esse exame. 

A Campanha da SBN em 2023 é para que o exame chegue a todos. Existem outros exames mais precisos como o de Cistatina C, mas a medição de creatinina é mais acessível e deve chegar a todos. Sobretudo aos que precisam ao menos uma vez por ano ter esse exame solicitado por um médico. Pode ser clínico, ginecologista ou outro especialista qualquer. Mas precisa ser feito, pois a doença renal é silenciosa e evolui ao óbito sem que o paciente perceba a ponto de iniciar um tratamento”, explica a Dra. .Maria Gabriela de Lucca.

Exames para monitorar a função renal
 Quando a quantidade de creatinina encontrada no sangue está alta, significa que os rins não estão conseguindo filtrar essa substância produzida pelos músculos e que deveria estar sendo eliminada do organismo pela urina, concluindo-se pela necessidade de fazer outros exames que poderão definir o diagnóstico definitivo da doença renal crônica. É considerado alta quando apresenta resultado superior a 1,2mg/dL em homens e 1,0mg/dL em mulheres.
 

Além da creatinina que mostra a taxa de filtração glomerular estimada, a ureia também pode ser verificada. Resultados anormais dessas duas substancias são, com frequência, os primeiros sinais de uma doença renal. 

Para um diagnóstico mais preciso, recomenda-se ainda exame de urina para verificar se há presença de hemácias, leucócitos ou proteínas. “Em pessoas com diabetes ou com hipertensão arterial, pesquisa-se microalbuminúria anualmente para detectar a lesão renal inicial. Se há suspeita de infecção, ela pode ser confirmada pela cultura de urina”, explica a médica da SBPC/ML. 

Em pacientes com lesão renal, os níveis sanguíneos de ureia e de creatinina também são medidos periodicamente para acompanhar a evolução da doença. Cálcio e fósforo no sangue, e eletrólitos no sangue e na urina podem ser afetados por doenças renais.
 

Por meio de um hemograma avalia-se o grau de anemia resultante da falta de eritropoietina, hormônio produzido nos rins que estimula a produção de hemácias. Já a proteinúria é usada para avaliar o resultado do tratamento na síndrome nefrótica. O paratormônio (PTH) pode estar elevado em doenças renais. 

Como é feito o exame Creatinina?

Existem duas formas, a mais comum é com a coleta de sangue. Mas também pode ser feito na urina. É necessário fazer a higienização da área genital e anal, descartar a primeira urina do período, aquela que se faz logo ao acordar e após esse descarte, o paciente começa coleta de amostras de todas as urinas durante esse período de 24h. Deve-se usar o pote fornecido pelo próprio laboratório (ou comprado em farmácias), em todas as coletas e deixar armazenado na geladeira. Em alguns casos, o especialista pode indicar que o paciente não consuma proteína ou outros alimentos específicos um dia antes do início do ciclo de coleta.

(Fonte: SBPC/MS/Imagem: ANSS)