ANTÍLOPE-AZUL VOLTA A BANGLADESH APÓS QUASE 100 ANOS DE EXTINÇÃO

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Espécie foi declarada extinta localmente em Bangladesh na década de 30, devido à perda de habitat e à caça.

Maior antílope asiático, o nilgó, também chamado de antílope-azul (Boselaphus tragocamelus), é endêmico do subcontinente indiano, uma região peninsular onde se situam Índia, Paquistão, Nepal, Butão e Bangladesh. 

Todavia, neste último, a espécie foi declarada localmente extinta na década de 30, devido à perda de habitat e a caça.

Mas pouco a pouco, antílopes-azuis vindos de países vizinhos estão reaparecendo em Bangladesh. 

Um levantamento revelou que, entre 2018 e 2022, pelo menos treze incidentes foram registrados, com divulgação pela mídia local, e provavelmente, muitos outros passaram despercebidos. Provavelmente esses indivíduos estão voltando a explorar territórios que costumavam ocupar no passado.

Esses antílopes ganharam seu nome popular devido à coloração do corpo dos machos adultos, com pelagem azul-acinzentada escura. Já as fêmeas e os filhotes possuem um tom marrom. Apenas os primeiros apresentam grandes chifres, que podem chegar a 20 centímetros.

Herbívoros, esses animais pesam entre 180 e 240 kg, e infelizmente, numa região onde a pobreza ainda é extrema, eles são abatidos por causa de sua carne. Foi o que aconteceu com um nilgó avistado numa área rural no noroeste de Bangladesh, em janeiro deste ano. Ele foi morto por moradores locais.

“Os animais, sendo desconhecidos nas áreas visitadas, enfrentaram retaliações e foram frequentemente perseguidos durante vários quilômetros em quase todos os casos. Houve incidentes em que o antílope-azul morreu de parada cardíaca ou foi abatido para obtenção da carne”, descrevem os pesquisadores do levantamento.

A recomendação dos autores do estudo é que sejam implementados programas de educação comunitária para conscientizar a população sobre a espécie. Além disso, eles sugerem que o governo de Bangladesh realize um projeto de reintrodução dos nilgós.

“Uma área de proteção poderia ser estabelecida nos distritos do noroeste de Bangladesh, perto da fronteira com a Índia, onde ainda existem grandes extensões de paisagem natural intacta. Qualquer reintrodução da espécie também teria que ser realizada em conjunto com uma campanha educativa para evitar que os antílopes fossem caçados e mortos para alimentação”, disse Sarwar Alam, representante da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) na região, em entrevista ao site Mongabay.

 

 

(Da redação, com conteúdo de conexaoplaneta.com.br – Suzana Camargo – 04/4/24 – Foto : Gaurika Wijeratne/Gir Forest National Park/Creative Commons/Flickr)